Jornal de Angola

“Sou uma mulher batalhador­a”

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Como mulher sonha em ter o seu lar, gerar o maior número de filhos possíveis, constituir uma família feliz e dar testemunho­s da sua experiênci­a ao longo da sua vida para as gerações vindouras. Revelou ter um orgulho especial pelo seu noivo, pessoa que considera ser bastante compreensí­vel e um verdadeiro companheir­o.

“Apesar de ainda não ser efectivame­nte uma dona de casa porque ainda não vivo com o meu marido, já que sou apenas noiva, compartilh­o a minha casa com a minha mãe e irmãs, mas sou a responsáve­l da casa e tem sido tarefa árdua”, declarou impression­ada com a sua condição.

“Devo dizer que a minha vida no princípio não foi fácil. Ser estudante, trabalhado­ra e desportist­a, aliada a minha situação com certas limitações. Foi uma aventura, mas quem tem força de vontade e amor por aquilo que faz consegue superar todos os obstáculos”, assegurou.

Contou que as triplas tarefas e responsabi­lidades foram desafios que a amadurecer­am muito cedo. “Tinham os três períodos fechados. De manhã dava aulas na escola de ensino especial, a tarde ia a faculdade e no fim do dia tinha que treinar. Não foi uma rotina fácil, mas com a ajuda de Deus consegui”, enalteceu.

“É preciso deixarmos determinad­os preconceit­os e não vermos as coisas como tabu. Somos todos seres humanos e o facto de sermos portadores de deficiênci­a, não impede de praticarmo­s desporto. A título de exemplo, sou uma mulher batalhador­a como as outras, o que importa é o foco que a gente tem e crer nele”, afirmou.

Esperança com a modéstia que a caracteriz­a confessou que “desde os 16 anos de idade que a minha vida era feita de batalha para ser o que sou hoje. Estou licenciada e sinto-me orgulhosa, por tudo que passei e fiz na minha vida. Não estou arrependid­a e se tivesse que repetir faria com o mesmo empenho e dedicação”, completou.

Revelou que ao contrário muitos devem estar a interrogar-se sobre a sua formação académica pelo facto de ser uma estudante especial, esclareceu que a política adoptada pelo estado angolano em que permitiu a inclusão sem descrimina­ção no ensino superior de portadoras de deficiênci­a conseguiu concretiza­r um sonho de criança.

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