Angola tem condições para crescer em paz e democracia
Bornito de Sousa representou, em Cabinda, o Presidente João Lourenço no acto central do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional
O Vice-presidente da República, Bornito de Sousa, exortou, ontem, os angolanos a resistirem ao imediatismo e e pediu coragem para os objectivos e sonhos serem realizados.
“Uma das grandes lições a retirar do processo que conduziu o país à Paz, no dia 4 de Abril de 2002 é que não se consegue nada honroso e digno de valor, sem um mínimo de empenho, esforço e sacrifício”, afirmou Bornito de Sousa, quando discursava, em Cabinda, no acto central do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, em representação do Presidente da República.
“Temos de ser capazes de resistir à tentação de privilegiar as coisas fáceis, o imediatismo e à lei do menor esforço”, disse.
O Vice-presidente da República recomendou “fé, força e coragem” aos angolanos para poderem “atingir os seus objectivos e sonhos, dos mais simples aos mais complexos, individuais ou colectivos”.
Apelou à preservação da paz e unidade nacional, como forma de honrar a memória dos milhares de jovens que deram as suas vidas na defesa da paz, unidade e soberania do país. “Defender a Paz e a unidade nacional é a maior homenagem que podemos fazer aos milhares de jovens, que deram as vidas, sangue e suor por uma Angola una e indivisível, independente e soberana”, afirmou Bornito de Sousa, no acto decorrido no Pavilhão de Jogos Barão Puna.
O Vice-presidente falou do processo político que culminou com a assinatura, em 2002, do Acordo de Paz, nas antigas instalações da Assembleia Nacional, na presença de representantes de vários sectores da sociedade angolana, países estrangeiros e organizações internacionais.
Mencionou, também, “a magnitude” do Presidente José Eduardo dos Santos, pela celebração do acordo, que “pôs fim às mais longas guerras fratricidas, de que o mundo tem memória”.
Destacou “os benefícios da paz e estabilidade para a melhoria da qualidade de vida das famílias, ensino, saúde, serviços públicos, distribuição justa dos rendimentos nacionais, bem como para manter a economia forte, dinâmica, desenvolvida e diversificada”.
“Temos plenas condições para continuar a crescer em paz, unidade e democracia”, afirmou Bornito de Sousa, considerando importantes os projectos públicos e privados em curso na província, com vista à elevação dos índices de desenvolvimento humano e criação de empregos para jovens.
Para o Vice-presidente da República, alguns desses projectos, nomeadamente o Terminal Marítimo de passageiros, rampa de atracagem de Ferryboats, Porto de Águas Profundas de Caio e a Refinaria de Cabinda terão grande projecção nos países vizinhos e a região central de África.
Referiu-se à visita que efectuou, sábado, à centenária Igreja de São Tiago Maior da Missão Católica de Lândana, classificada como Património Cultural Nacional, salientando tratar-se de “um equipamento social que tem um importante papel para a comunidade cristã desta região, que transcende as questões da fé”.
Bornito de Sousa também recebeu explicações detalhadas sobre a evolução de outros projectos ligados aos Hospitais Geral e Provincial, Pólo Universitário, Estação de Tratamento de Água de Sassa-zau, fontes de energia eléctrica, Aeroporto Internacional de Cabinda, Pólo Industrial do Fútila, Centralidade de Cabinda, rede de estradas, e de vários outros empreendimentos ligados ao sector agro-pecuário e das pescas.
Projectos em Cabinda
O Vice-presidente da República foi informado que alguns projectos “estão em fase bastante avançada” e outros foram “condicionados pela significativa redução de disponibilidades financeiras por parte do Estado”.
“No fim das visitas, chamou-me atenção o empenho, a força de vontade, esperança e determinação no rosto dos jovens e empreendedores”, afirmou, garantindo ter ficado “também impressionado com as iniciativas ligadas ao relançamento da produção com perspectiva de industrialização” do palmar, cacau e café.
A execução, nalguns casos, dos projectos enumerados, alertou, pode estar atrasada, por razões pontuais.