Jornal de Angola

Se começou a namorar tão tarde, as suspeitas dos seus pais aumentaram…

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O meu pai só dizia: "eu acho que a minha filha está perdida”. O meu pai chorava muito, pensava que eu estava mesmo perdida no mundo.

Havia o receio de que a comandante fosse homossexua­l, por exemplo?

Eu acho que ele tinha esse receio, mas nunca falou sobre isso.

Ainda lida com os seus colegas da recruta?

Sim! Tenho-os como irmãos. Eles é que me ensinavam a me fardar convenient­emente e como colocar as botas. São, também, oficiais superiores. O Lito Bimba, o Miguel Lourenço e o Alfredo. Há uma maneira especial de pôr a farda e pôr a calça fora das botas. A ordem pública põe a farda dentro das botas. A PIR põe fora das botas e deve ter um nó, que fica muito bonito. Só eles sabiam fazer isso. Aprendi muito com eles.

Como e quando começou a trabalhar como polícia?

Ingressei na PIR em 2000. Fiquei até 2004, altura em que escrevi para sair. Queria ser transferid­a para a Polícia de Ordem Pública. Queria ter outras experiênci­as de trabalho. A PIR, naquela altura, ficava mais tempo dentro da unidade. Saía apenas para casos específico­s. Eu queria vivenciar aquela adrenalina da rua. Fui investigan­do, conversei com o sub-comissário Miguel Germano "Bangão", que era comandante do quartel para onde eu queria

Em que circunstân­cias deixou de ser agente?

Apareceu uma oportunida­de para fazer o concurso público de sub-chefe. Quando lá cheguei, o comandante Francisco Ribas, então director dos RH do Comando Provincial de Luanda (CPL), não recebeu os meus documentos. Disse-me que eu não podia ser sub-chefe, porque

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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