Jornal de Angola

Há outros polícias na família?

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Como foi o seu trabalho, a partir daí?

Fui trabalhar como instrutora processual, no Gabinete de Inspecção do Comando Provincial de Luanda. O então director do gabinete, o subcomissa­rio Martinho Júnior, viu o meu potencial e mandoume fazer o curso de Comandante de Esquadra. Foi em 2015. Fui fazer o curso de Comandante de Esquadra e, em 2016, fui indicada a comandante de esquadra do bairro

Quando se tornou comandante, não acreditou que estivesse pronta?

Não! Mesmo as pessoas que cresceram comigo, quando se apercebera­m que eu era comandante, vieram de Waku Kungo e foram visitar-me na esquadra. Os meus familiares gostaram. A minha mãe olha para mim como uma filha especial, sou um exemplo para a família. Ela diz que, quando eu era criança, já punha ordem em casa. Na ausência dos meus pais, eu orientava os empregados a colocar tudo no devido lugar. As coisas na minha vida não acontecem por acaso. Eu luto e consigo sempre alcançar o que quero. E digo sempre aos meus efectivos que devem lutar para alcançar as metas. Devemos ter um foco, não apenas viver sem traçar objectivos.

Tenho uma irmã, a Tetinha. É a mais nova, é agente. Ela diz que prefere estar na área administra­tiva.

Deixaria um filho seu ser polícia?

O meu filho quer ser polícia. E eu estou a fazer com ele o que o meu pai fez comigo. Estou sempre a dizer não, porque a vida de polícia não é fácil. O polícia não tem vida própria. É preciso ter dom. Acho que ele deve crescer mais um pouco. Não vou impedi-lo, mas vou tentar convencê-lo a fazer outra coisa. Acho que o meu pai tinha razão.

O que a leva a pensar que o seu pai tinha razão?

Porque não tenho vida própria. Programo sempre a minha vida incluindo a polícia. Não posso fazer nada sem antes ver na minha agenda que actividade­s tenho na Polícia.

Considera-se boa esposa e mãe?

Considero-me uma boa esposa e uma boa mãe. Sou uma mulher que sabe conciliar a casa, o serviço e a família.

Quem comanda o seu lar?

É o meu marido. Eu, em casa, sou mulher, mãe, irmã e empregada doméstica. A minha função de comandante começa do portão para dentro da esquadra. Do portão para a rua cesso a função de comandante.

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