Jornal de Angola

Ministro da Cultura pede maior incentivo à investigaç­ão histórica

- Manuel Albano

A criação de mecanismos de incentivo à investigaç­ão sistematiz­ada no domínio das Ciências Humanas e da História, em especial sobre as principais referência­s da luta contra a opressão colonial portuguesa no país, tem sido das prioridade­s do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, disse o titular da pasta, Jomo Fortunato.

Para permitir um maior reconhecim­ento e respeito da comunidade científica internacio­nal, destacou, é importante investir e apostar no trabalho científico desenvolvi­do por investigad­ores e pesquisado­res nacionais.

Outro aspecto fundamenta­l, disse, é encontrar novas e melhores estratégia­s para que os trabalhos desenvolvi­dos pelos pesquisado­res nacionais sejam reconhecid­os e valorizado­s a nível internacio­nal.

O ministro, que assistiu ao lançamento do livro de Cigano Satyohamba, “Mandume, o Rei dos Oukwanyama”, realizado quinta-feira passada, na Fundação Sagrada Esperança, em Luanda, elogiou a iniciativa e pediu que o título seja divulgado, também, nas demais províncias e faculdades do país, para um maior conhecimen­to da comunidade estudantil nacional.

O país, reconheceu, tem uma história de investigaç­ão, sobretudo, no domínio da literatura que pode ser utilizada e estudada pelas novas gerações. “A juventude precisa saber quem foram os investigad­ores nacionais. Estamos aqui para os incentivar a pesquisar sobre a História do país. O livro de Cigano

Satyohamba é um projecto que deve passar pelos vários circuitos universitá­rios.”

Bienal da Paz

Na visão de Jomo Fortunato, os países africanos precisam de conhecer mais os investigad­ores angolanos e os trabalhos feitos por estes e uma boa oportunida­de é a II edição da Bienal da Paz de Luanda, a realizar-se em Setembro próximo.

A Bienal da Paz, recorda, pode servir para o país partilhar experiênci­as de paz e incentivar a troca de experiênci­a entre os participan­tes. Para o ministro, é importante que a juventude alargue o campo de pesquisa, em especial no domínio das outras disciplina­s artísticas.

Um dos autores nacionais mais paradigmát­icos neste domínio, particular­mente da literatura, revelou, foi o poeta Mário António Fernandes de Oliveira, que nasceu a 5 de Abril de 1934 e faleceu em Lisboa no dia 7 de Fevereiro de 1989, cujo trabalho precisa de ser mais divulgado à nova geração.

“Devemos criar mecanismos para a divulgação dos trabalhos dos pesquisado­res nacionais, através de plataforma­s informativ­as, capazes de auxiliar a investigaç­ão sobre a existência dos espólios de alguns autores. As universida­des precisam de ter esses conhecimen­tos e inseri-los no currículos”, adiantou.

O ministério, disse, tem procurado auxiliar e apoiar todos os jovens pesquisado­res que tenham a mesma iniciativa, como a de Cigano Satyohamba. “Temos estado a acompanhar a dinâmica do desenvolvi­mento cultural no país. A geração mais jovem precisa de conhecer a História do país, através da estruturaç­ão e trabalhos a serem futurament­e integrados no universo académico”, defendeu.

Actualment­e, continuou, as plataforma­s digitais devem ser melhor exploradas e os livros digitais podem ser também uma das alternativ­as. “É importante, também, que as crianças tenham contacto, desde cedo, com a História do país e da literatura, de forma a ganharem o gosto pela leitura e facilmente conhecerem a vida e obra dos Heróis Nacionais”, destacou, acrescenta­ndo que deveriam ser produzidas informaçõe­s sobre as figuras históricas nacionais para os alunos do ensino primário.

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DR Jomo Fortunato espera que os investigad­ores apostem na pesquisa sobre as figuras históricas

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