Ministro da Cultura pede maior incentivo à investigação histórica
A criação de mecanismos de incentivo à investigação sistematizada no domínio das Ciências Humanas e da História, em especial sobre as principais referências da luta contra a opressão colonial portuguesa no país, tem sido das prioridades do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, disse o titular da pasta, Jomo Fortunato.
Para permitir um maior reconhecimento e respeito da comunidade científica internacional, destacou, é importante investir e apostar no trabalho científico desenvolvido por investigadores e pesquisadores nacionais.
Outro aspecto fundamental, disse, é encontrar novas e melhores estratégias para que os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores nacionais sejam reconhecidos e valorizados a nível internacional.
O ministro, que assistiu ao lançamento do livro de Cigano Satyohamba, “Mandume, o Rei dos Oukwanyama”, realizado quinta-feira passada, na Fundação Sagrada Esperança, em Luanda, elogiou a iniciativa e pediu que o título seja divulgado, também, nas demais províncias e faculdades do país, para um maior conhecimento da comunidade estudantil nacional.
O país, reconheceu, tem uma história de investigação, sobretudo, no domínio da literatura que pode ser utilizada e estudada pelas novas gerações. “A juventude precisa saber quem foram os investigadores nacionais. Estamos aqui para os incentivar a pesquisar sobre a História do país. O livro de Cigano
Satyohamba é um projecto que deve passar pelos vários circuitos universitários.”
Bienal da Paz
Na visão de Jomo Fortunato, os países africanos precisam de conhecer mais os investigadores angolanos e os trabalhos feitos por estes e uma boa oportunidade é a II edição da Bienal da Paz de Luanda, a realizar-se em Setembro próximo.
A Bienal da Paz, recorda, pode servir para o país partilhar experiências de paz e incentivar a troca de experiência entre os participantes. Para o ministro, é importante que a juventude alargue o campo de pesquisa, em especial no domínio das outras disciplinas artísticas.
Um dos autores nacionais mais paradigmáticos neste domínio, particularmente da literatura, revelou, foi o poeta Mário António Fernandes de Oliveira, que nasceu a 5 de Abril de 1934 e faleceu em Lisboa no dia 7 de Fevereiro de 1989, cujo trabalho precisa de ser mais divulgado à nova geração.
“Devemos criar mecanismos para a divulgação dos trabalhos dos pesquisadores nacionais, através de plataformas informativas, capazes de auxiliar a investigação sobre a existência dos espólios de alguns autores. As universidades precisam de ter esses conhecimentos e inseri-los no currículos”, adiantou.
O ministério, disse, tem procurado auxiliar e apoiar todos os jovens pesquisadores que tenham a mesma iniciativa, como a de Cigano Satyohamba. “Temos estado a acompanhar a dinâmica do desenvolvimento cultural no país. A geração mais jovem precisa de conhecer a História do país, através da estruturação e trabalhos a serem futuramente integrados no universo académico”, defendeu.
Actualmente, continuou, as plataformas digitais devem ser melhor exploradas e os livros digitais podem ser também uma das alternativas. “É importante, também, que as crianças tenham contacto, desde cedo, com a História do país e da literatura, de forma a ganharem o gosto pela leitura e facilmente conhecerem a vida e obra dos Heróis Nacionais”, destacou, acrescentando que deveriam ser produzidas informações sobre as figuras históricas nacionais para os alunos do ensino primário.