Ronnie Long ficou preso injustamente durante 44 anos
Ronnie Long esteve detido durante 44 anos, numa prisão na Carolina do Norte, Estados Unidos, por um crime que não cometeu. Agora está a planear lutar contra a legislação que prevê que ele tem direito a 750 mil dólares de indemnização.
O norte-americano, que é negro, foi acusado de violar e de roubar uma mulher caucasiana em 1976. Em tribunal, o júri, também caucasiano, considerou que Ronnie era culpado e o juiz condenouo a prisão perpétua.
Ao longo de décadas, o homem travou uma dura “batalha” na justiça, proalegando inocência. Como revela a CNN, depois de recursos e moções rejeitadas, foi libertado em Dezembro de 2020, após a justiça ter considerado que Ronnie Long tinha sido condenado injustamente.
A juíza Stephanie Thacker, do Tribunal de Recursos do Quarto Circuito dos Estados Unidos, alegou que “uma série de revelações pós-julgamento revelou um padrão preocupante e surpreendente de supressão policial deliberada de provas materiais” no caso de Ronnie.
Em casos como este, a lei norte-americana prevê que o homem, agora com 65 anos,
Long ficou preso durante 44 anos por um crime que não cometeu
seja indemnizado pelo período em que esteve detido indevidamente. Por cada ano, Ronnie deverá receber 50 mil dólares, mas a indemnização vai apenas até aos 15 anos, o que perfaz um montante global de 750 mil dólares.
Embora se mostre grato pelo seu cliente ter recebido 750 mil dólares, Jamie Lau, o advogado, defende que este montante “é totalmente inadequado para compensálo por ter sido privado de 44 anos de liberdade. Ele estava numa prisão quando os pais morreram, quando o filho fazia aniversários e se formou. Ele perdeu tudo nestes 44 anos e certamente merece mais do que recebeu”.
À CNN, o acusado revelou
que espera lutar contra a legislação para, assim, poder receber o que merece de um Estado que, acredita, o deteve intencionalmente.
“Tudo o que aconteceu para me colocar atrás das grades foi intencional. Como é que o meu caso é igual ao de alguém que foi acusado com ADN? Como se pode dizer que a minha vida vale apenas 750 mil dólares? Nunca deve haver um limite na vida de uma pessoa”, advogou.
Em liberdade, Ronnie Long quer agora aproveitar todo o tempo que perdeu. “Agora estou a viver, estou de volta aos vivos. Sou um testemunho vivo e de uma segunda oportunidade”, disse Ronnie.