Pedida absolvição de Matteo Salvini
O Ministério Público da região italiana da Catânia pediu, ontem, que o exministro e líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, seja absolvido por ter proibido o desembarque de um navio militar com 131 migrantes, em 2019.
O procurador Andrea Bonomo afirmou não estar em causa o crime de “sequestro de pessoas”, que prevê pena de prisão, e solicitou ao juiz Nunzio Sarpietro que encerrasse o caso, confirmaram fontes próximas do ex-ministro à agência noticiosa espanhola EFE.
Matteo Salvini é acusado de ter impedido, enquanto tutelava a pasta do Interior e era vice-primeiro-ministro entre Junho de 2018 e Setembro de 2019, o desembarque de 131 migrantes num porto italiano e mantido essas pessoas a bordo de um navio da Guarda Costeira, o 'Gregoretti', durante vários dias no Mar Mediterrâneo.
O processo preliminar foi aberto em Outubro de 2020 na Catânia, cidade da região da Sicília, e prevê, a 14 de Maio uma decisão sobre se o líder do partido Liga irá a julgamento e responder pelos crimes de sequestro de pessoas e abuso de poder.
Matteo Salvini alegou ter agido com o apoio total do Governo que integrava na altura, então presidido por Giuseppe Conte e formado por uma aliança governamental entre o partido de extrema-direita italiano e o Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema).
A sua advogada, Giulia Bongiorno, frisou que a decisão de bloquear os barcos até que a União Europeia (UE) repartisse a recepção dos migrantes chegou a ser “partilhada por todo o Governo”, do qual fez parte como ministra da Administração Pública.
Ao sair do tribunal, Matteo Salvini disse estar “feliz”, pois o Ministério Público “não viu crime” e defendeu esta política imigratória porque “salvou vidas”, numa estratégia focada em tentar pressionar o resto dos Estados-membros da UE a aceitar a realocação destas pessoas que chegavam às costas italianas através da rota migratória do Mediterrâneo.