EUA pedem mais sanções contra Junta em Myanmar
Os Estados Unidos pediram ao Conselho de Segurança da ONU para aumentar a pressão sobre a Junta Militar que tomou o poder em Myanmar e garantir que qualquer repressão sobre a população será punida.
Numa declaração perante o Conselho de Segurança, na sexta-feira, a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-greenfield, disse ainda ser essencial que as autoridades militares birmanesas permitam que um enviado especial da ONU “visite Myanmar, sem condições prévias”.
A embaixadora norte-americana insistiu em mais medidas sancionatórias sobre a Junta Militar que realizou um golpe de Estado a 1 de Fevereiro, para evitar que continue a “repressão violenta” sobre os manifestantes pró-democracia e para garantir que todos os responsáveis serão punidos.
“Essas medidas incluem sanções contra os militares e contra qualquer pessoa que procure beneficiar com a violência. Essas sanções incluem a manutenção de um embargo de armas a Myanmar”, disse Thomas-greenfield.
A embaixadora apoiou ainda a proposta de uma cimeira de países do Sudeste asiático dedicada à situação em Myanmar, marcada para 20 de Abril.
“Apoiamos fortemente a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) e os países da região que assumem um papel deliderançanoapeloàresolução destacriseeaorestabelecimento da transição democrática”, disse a embaixadora norteamericana perante o Conselho de Segurança.
Nessa mesma reunião das Nações Unidas, o embaixador birmanês, que foi demitido pela Junta Militar que tomou o poder em Myanmar, pediu ao Conselho de Segurança para estabelecer uma “zona de exclusão aérea” no seu país, para impedir mais ataques pelo novo regime e impor sanções internacionais.
“Por favor, actuem”, implorou o embaixador birmanês Kyaw Moe Tun durante a reunião pública informal do Conselho de Segurança dedicada à situação no seu país, onde a Junta Militar tem imprimido forte repressão sobre manifestantes pró-democracia.
Linda Thomas-greenfield reconheceu que a Junta Militar está a “ignorar as condenações”, afrontando as Nações Unidas, e apelou a uma intervenção mais robusta do Conselho de Segurança.
“Será que o Conselho vai ficar a discutir sobre questões de linguagem em mais uma declaração? Ou vamos agir para salvar as vidas de birmaneses?”, interrogou-se a diplomata, criticando a “brutalidade militar” do novo regime de Myanmar.