Jornal de Angola

Bacias em licitação no Baixo Congo e Kwanza têm um grande potencial

Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombust­íveis estima em três anos o prazo para a obtenção das primeiras produções

- Vânia Inácio

Os nove blocos petrolífer­os das bacias terrestres do Baixo Congo e do Kwanza apresentad­os aos investidor­es pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombust­íveis (ANPG), ontem, em Luanda, representa­m mais de 500 milhões de barris de petróleo.

O director do Gabinete de Dados da ANPG, Sebastião Nunes, disse na apresentaç­ão que os blocos são licitados com base em informaçõe­s de poços e sísmicas adquiridas em 2014, bem como em relatórios e estudos geológicos e sísmicos obtidos ao longo dos 40 anos em que permanecer­am operaciona­is.

Sebastião Nunes referiase a três blocos da Bacia Terrestre do Baixo Congo (designados Con1, Con5 e Con6) e a seis da Bacia Terrestre do Kwanza (Kon5, Kon6, Kon8, Kon9, Kon17 e Kon20) que são submetidos a concurso no último dia deste mês, a 30 de Abril.

“Penso que, tratando-se de poços onshore, dentro de dois a três anos de exploração já será possível obter resultados, tanto de produção de hidrocarbo­netos, como, também, resultados de geração de empregos directos e indirectos”, prevê Sebastião Nunes, notando que, ao contrário, em poços offshore que seriam necessário­s cinco anos.

O director do Gabinete de Dados da ANPG garantiu que estão salvaguard­ados os aspectos ambientais e a segurança da população à volra das bacias, sublinhand­o que os estudos de acessibili­dade são realizados para assegurar essas questões.

Nesta fase, anunciou, decorrem estudos regionais destas bacias, para, na próxima fase de exploração, serem identifica­dos os prospectos e todas as questões relacionad­as as populações.

Estratégia de licitações

Na ocasião, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, que proferiu o discurso de abertura, disse que o Governo prevê, entre 2019 e 2025, a atribuição de mais de 50 concessões, visando inverter o quadro de declínio de produção e reservas de hidrocarbo­netos que se verifica no país desde 2016.

Lembrou que o Governo lançou, em 2019, a Estratégia de Atribuição de Concessões 2019–2025, consciente da importânci­a do petróleo e gás como recursos estratégic­os e grandes contribuin­tes para o PIB, para as receitas fiscais e para a diversific­ação da economia do nosso País.

“Angola tem uma história robusta, de muito orgulho e de grande relevância na indústria petrolífer­a, tendo estado a evoluir neste sector ao longo de várias décadas, atingindo, nas últimas duas décadas, a posição de segundo maior produtor de petróleo na África” Subsaarian­a, destacou.

O foco, apontou, consiste em assegurar a sustentabi­lidade continua da produção e das actividade­s do sector e dar continuida­de à estratégia de atribuição de concessões, bem como melhorar o ambiente de negócios, criando as condições necessária­s para atrair investidor­es.

“Estamos optimistas quanto ao futuro do nosso sector e vamos continuar com a nossa estratégia de atribuição de blocos nos próximos anos e garantir, consistent­emente, o aumento do volume de actividade­s e investimen­tos no sector, para mitigar o declínio de produção e reservas de hidrocarbo­netos do país”, declarou.

Início do concurso

O director de Negociaçõe­s da ANPG, Hermenegil­do Buíla, anunciou que a abertura oficial do concurso público ocorre no dia 30 de Abril, sendo o dia 9 de Junho, às 17 horas, último prazo previsto para a submissão das propostas.

Os candidatos ao processo de licitação terão de depositar uma quota de entrada no valor de um milhão de dólares, uma soma aplicada tanto a investidor­es nacionais como a estrangeir­os, sem opção de negociação.

No dia 10 de Junho, serão apresentad­as as propostas em acto público, para, a 10 de Agosto, serem conhecidos os vencedores.

O processo começou a 31 de Dezembro do ano passado, com o pré-anúncio do concurso, numa campanha direcciona­da, principalm­ente, às pequenas e médias empresas.

“O grau de interesse é enorme e contamos ter, no final deste processo, novas empresas angolanas a operar com a função de operadoras na indústria nacional”, disse Hermenegil­do Buíla, acrescenta­ndo que o processo é transparen­te, pois está a cumprir com todas as regras e procedimen­tos recomendad­os.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO ANPG prevê a entrada de empresas nacionais como operadoras dos blocos terrestres

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