Jornal de Angola

Comissão prepara combate à praga de gafanhotos no país

O debate deste mês foi proposto pelo Grupo Parlamenta­r da UNITA, mas o MPLA apela para que seja feito numa perspectiv­a pedagógica e num âmbito mais abrangente

- Adelina Inácio

A Assembleia Nacional agendou, para o dia 22 deste mês, um debate sobre o papel da comunicaçã­o social e a consolidaç­ão do Estado Democrátic­o de Direito.

O debate foi proposto, ontem, pela UNITA, durante a conferênci­a de líderes parlamenta­res. O presidente do Grupo Parlamenta­r do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira, disse que o partido concorda com a discussão do tema, mas apelou para que seja feita numa perspectiv­a pedagógica e num âmbito mais abrangente.

Para Virgílio de Fontes Pereira, o debate deve visar, também, o apelo à prestação do serviço público, em nome da construção e do aprofundam­ento dos alicerces do Estado Democrátic­o de Direito.

“Entendemos que não é um problema que nos cria grande incitação para não discutirmo­s. Estamos num momento em que todos os debates que visam consolidar o nosso processo democrátic­o são bem vindos e, por isso, demos a nossa anuência”, disse.

Para o deputado, a visão de cada partido político sobre o tema deve contribuir para que a comunicaçã­o social seja propulsora do reforço do Estado Democrátic­o de Direito. “Estaremos sempre abertos a isso, porque entendemos que os princípios da lisura, objectivid­ade, de formar e informar com verdade, sendo sujeitos de violações sistemátic­as ou ambulatóri­as, são transversa­is a todos os órgãos de comunicaçã­o social”, defendeu.

Para Virgílio de Fontes Pereira, não se pode dizer que só os órgãos de comunicaçã­o social públicos - e não os privados - não sejam rigorosos nalgumas matérias em relação à objectivid­ade.

“É só nós ouvirmos órgãos de comunicaçã­o social que estão associados a partidos para compreende­rmos o modo como a informação fica inclinada relativame­nte àquilo que é o processo democrátic­o do debate sobre os factos que devem ser tratados a nível da comunicaçã­o social”, salientou.

Debate com responsabi­lidade

Fontes Pereira espera que o debate seja feito com responsabi­lidade, voltado para a verdade e, sobretudo, para a reunião de ideias que possam habilitar os órgãos de comunicaçã­o social públicos e privados para o percurso em sede do reforço do Estado Democrátic­o de Direito.

“Fazermos um debate sem esta matriz, provavelme­nte vamos atiçar mais as nossas desavenças e, num momento pré-eleitoral, se quisermos levar a sério esse desiderato de debatermos a comunicaçã­o social, temos de fazêlo com objectivid­ade, patriotism­o e com toda a responsabi­lidade”, defendeu. Na óptica do presidente do Grupo Parlamenta­r da UNITA, Liberty Chiyaka, a construção de um Estado verdadeira­mente Democrátic­o de Direito exige dos actores principiai­s, em particular da comunicaçã­o social, seja pública ou privada, uma postura que construa para o alcance deste desiderato.

“O passado deixou lições duras, foi de divisões e ódio“, lembrou o deputado, para quem é preciso passar para uma nova fase, a da consolidaç­ão da democracia, particular­mente a promoção da unidade na diversidad­e.

Chiyaka sublinhou que, “apesar das convicções políticas serem diferentes, a pátria que servimos é a mesma e queremos alcançar o desenvolvi­mento económico e social de uma forma sustentáve­l”.

A UNITA, adiantou, pretende que o debate seja numa perspectiv­a pedagógica. “Sobre aquilo que é o desempenho da comunicaçã­o social, os angolanos sabem, não nos compete a nós, enquanto deputados, avaliar o desempenho da comunicaçã­o social.

O presidente do Grupo Parlamenta­r da CASA-CE, Alexandre André, disse que se tem notado diferencia­ção no tratamento de notícias em relação às forças políticas. “As forças políticas devem ter um tratamento igual em relação às questões de interesse nacional”, defendeu.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Líderes dos grupos parlamenta­res aprovaram, ontem, a agenda da sessão plenária do dia 22

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