Jornal de Angola

Presidente pede respeito pela dignidade humana

Face ao que tem sido a exposição mediática do que resulta dos ataques armados no país, o Presidente Filipe Nyusi pediu à Comunicaçã­o Social que tenha respeito pela dignidade humana

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O Presidente moçambican­o pediu ontem respeito pela dignidade humana aos órgãos de Comunicaçã­o Social na cobertura da violência armada em Cabo Delgado, no Norte do país, manifestan­do preocupaçã­o sobre “tendências para o desrespeit­o”. Segundo a Lusa, o Chefe de Estado falava durante a cerimónia de tomada de posse de 11 novos membros do Conselho Superior de Comunicaçã­o Social (CSCS) de Moçambique.

Para o Presidente, a proliferaç­ão de órgãos de Comunicaçã­o Social no país propicia o desrespeit­o pela deontologi­a profission­al e pela vida, situação causada pela busca de audiência. “A importânci­a do sofrimento humano não pode ser reduzida a meros actos de competição para atrair audiências”, declarou Nyusi, pedindo que os empossados criem debates sobre o assunto, para “resgatar alguns valores que lentamente vão-se perdendo”.

Grupos armados aterroriza­m Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projecto de registo de conflitos ACLED e aproximada­mente 1 milhão de deslocados.

Um ataque a Palma, junto ao projecto de gás em construção, a 24 de Março, provocou dezenas de mortos e feridos. As autoridade­s moçambican­as anunciaram controlar a vila, mas o ataque levou a petrolífer­a Total a abandonar o recinto do empreendim­ento que tinha início de produção previsto para 2024. Maputo, por suspeitas de recebiment­o de subornos no valor de 100 milhões de meticais (1,4 milhões de euros), em 2014.

Os alegados subornos correspond­iam a contrapart­idas pelo favorecime­nto de empresas de construção civil e do sector gráfico em contratos com o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), entidade que a então ministra tutelava.

Além do caso de alegados subornos no INSS, a antiga ministra é também acusada num outro processo, com mais 11 suspeitos, de alegado envolvimen­to no desvio do equivalent­e a 113 milhões de meticais (cerca de 1,6 milhões de euros) das contas da Direcção do Trabalho Migratório (DTM).

De acordo com a acusação do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCC), o dinheiro foi usado para a compra de imóveis, viaturas, cabazes de alimentos e bebidas alcoólicas.

Uma parte do montante desviado era de taxas que as companhias mineiras sulafrican­as pagam ao Estado moçambican­o pela contrataçã­o de mão-de-obra nacional. Além de ter sido ministra do Trabalho, Helena Taipo foi embaixador­a de Moçambique em Angola e governador­a da província de Sofala, Centro do país.

A proliferaç­ão de órgãos de Comunicaçã­o Social no país propicia o desrespeit­o pela deontologi­a profission­al e pela vida, situação causada pela busca de audiência

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DR O Chefe de Estado no acto de tomada de posse de novos membros do Conselho Superior da Comunicaçã­o Social

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