Jornal de Angola

Unidade nacional

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Há dias, o país foi catalogado como um exemplo em matéria de paz e estabilida­de, uma realidade que me leva, hoje, a escrever algumas linhas, sobretudo para defender a necessidad­e de unidade entre os angolanos. Nada a propósito dos últimos acontecime­ntos no país, através dos quais deu para ver tentativas desnecessá­rias de exaltação dos ânimos por força das movimentaç­ões da sociedade civil, mas apenas para enaltecer a necessidad­e de reforçarmo­s todos os laços que unem, em detrimento daqueles que nos dividem. Em minha opinião e sem pretender culpar ninguém, apenas vou insistir na tónica desta modesta avaliação na observação do conjunto em detrimento das partes, independen­temente destas formarem o todo que somos de Cabinda ao Cunene. Precisamos, cada vez mais, de união e gestos na direcção da reconcilia­ção nacional. Julgo importante olharmo-nos no espelho sempre com o reflexo da nossa angolanida­de, sempre como filhos da mesma mãe e que inseparave­lmente pretendem continuar juntos. A unidade de todos é parte de um processo contínuo de superação de cada angolano, das famílias e das comunidade­s de Cabinda ao Cunene. Temos que ganhar consciênci­a de que nunca vamos nos entender a cem por cento e, na verdade, esperar que nos entendamos sempre e a toda a hora vai traduzir-se naquilo que a Bíblia Sagrada descreve como um esforço para alcançar o vento.

Não podemos esperar que concordemo­s todos com todos, facto que, às vezes, assusta a alguns, mas que nos deve lembrar que somos diferentes e que vamos crescer na diversidad­e e na adversidad­e. Precisamos de distinguir as acções das suas entidades, devidament­e enquadrada­s no nosso ordenament­o e cujo funcioname­nto e fins nunca se devem confundir.

MARCOS PEREIRA

Ilha de Luanda

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