Jornal de Angola

Executivo leva bens diversos à província do Cuando Cubango

O donativo visa acudir cerca de 12 mil famílias afectadas pela estiagem, cheias provocadas pela chuva e pragas de gafanhotos

- Miguel Gomes e Quinito Kanhameni | Ondjiva

O secretário de Estado para a Acção Social, Lúcio Amaral, acompanhou, ontem, em Luanda, a partida de dois camiões com 63 toneladas de bens alimentare­s e não alimentare­s com destino à província do Cuando-cubango.

O donativo visa acudir cerca de 12 mil famílias afectadas pela estiagem, pelas cheias provocadas pela chuva, bem como por pragas de gafanhotos.

Vários campos agrícolas foram devastados e algumas casas destruídas, deixando diversas famílias ao relento.

Os apoios devem ser distribuíd­os pelos nove municípios da província (Cuchi, Menongue, Rivungo, Mavinga, Cuito-cuanavale, Cuangar, Calai, Dirico e Nankova).

O secretário de Estado para a Acção Social avançou que o Executivo vai continuar a apoiar as famílias sinistrada­s, para “mitigar a situação de vulnerabil­idade e de risco social em que se encontram”.

Cunene clama por alimentos

Os estragos causados pela estiagem e pela praga de gafanhotos que assola alguns municípios da província do Cunene levaram a população a clamar por bens alimentare­s, como milho, feijão, fuba, arroz e massango, em vez de utensílios como material de construção e roupas usadas.

Olga Ndelikeuka, vítima da invasão de gafanhotos, residente na localidade de Oipembe, disse ao Jornal de Angola que os bens não alimentare­s também são necessário­s, mas não são a prioridade, numa altura em que a população enfrenta escassez de alimentos devido à seca que se regista na região.

Olga Ndelikeuka explicou que “todas as ofertas são bem-vindas”. “Mas é preciso estabelece­r prioridade­s para minimizar a carência alimentar”, disse.

Para Olga Ndelikeuka, as ofertas não-alimentare­s podem ser entregues em momentos de inundações, por exemplo.

Maria Wandi, habitante de Bulunganga, disse que neste momento todos os bens alimentare­s são necessário­s, porque a população do Cunene, em especial nos municípios do Curoca e Cahama, está a atravessar momentos difíceis.

Dados do Governo da Província do Cunene dão conta que 558 mil pessoas estão a ser afectadas pela seca e que 908 lavras foram devastadas pela praga de gafanhotos. Três mil cidadãos refugiaram-se na República da Namíbia à procura de assistênci­a alimentar.

A governador­a do Cunene, Gerdina Didalelwa, apelou à solidaried­ade nacional para acudir os mais carenciado­s.

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DR Os camiões com destino à província do Cuando Cubango levam 63 toneladas de produtos

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