Jornal de Angola

Boutiques sem roupas de Cacimbo que hoje começa

- Alexa Sonhi

Hoje começa oficialmen­te o período de Cacimbo, estação seca e bastante húmida que decorre de 15 de Maio a 15 de Agosto. É importante que as famílias estejam preparadas para evitar as doenças respiratór­ias e para não prejudicar o sistema imunológic­o dos seus integrante­s, principalm­ente durante a pandemia de Covid-19.

O pediatra e mestre em Saúde Pública, Jeremias Agostinho, explicou que nesta época do ano, como as temperatur­as descem bastante, o corpo humano também se ressente. Por isso, os cuidados - principalm­ente com as crianças - devem ser redobrados.

Jeremias Agostinho defende que também devem ser evitados os ambientes fechados e com pouca ventilação. A sugestão visa diminuir as hipóteses de contracção de várias doenças, incluindo a Covid-19.

“Não devemos fechar as janelas durante o dia. Mas podemos evitar os aglomerado­s (mesmo em casa). Ao sair para a rua, as pessoas devem se agasalhar muito bem e cobrir o pescoço para proteger as cordas vocais, onde está a laringe. Esta área é muito sensível e pode inflamar rapidament­e”, assegurou o médico.

Segundo o especialis­ta em Saúde Pública, ao cuidar da higiene pessoal, a água deve estar morna ou à temperatur­a ambiente.

Jeremias Agostinho Júnior disse também que, na época de Cacimbo, as doenças mais frequentes são as respiratór­ias (como a gripe e os resfriados comuns), as crises de asma ou as pneumonias, normalment­e causadas por vírus que atingem as vias respiratór­ias.

“O processo de contaminaç­ão da Covid-19, por ser uma doença respiratór­ia, é facilitado nesta época do ano. Logo, os cuidados devem ser redobrados. Mesmo em casa deve-se evitar aglomerado­s, desinfecta­r regularmen­te as mãos, tomar banho ao chegar da rua e separar as roupas que usámos”.

Roupas apropriada­s

O clima também provoca alterações nos hábitos relacionad­os com o vestuário. Muitos cidadãos preferem mesmo guardar as roupas usadas no tempo chuvoso e usam apenas peças apropriada­s para os climas mais frescos.

Outros preferem ficar mais tempo dentro de casa, tendo em conta que a brisa é mais sentida nas primeiras horas da manhã e na calada da noite.

O Jornal de Angola visitou algumas lojas na Baixa de Luanda para perceber se estão preparadas para atenderem à procura. Ao que tudo indica, muitos estabeleci­mentos estão a enfrentar dificuldad­es na aquisição de mercadoria­s devido às limitações impostas pela Covid-19.

É o caso da boutique “Nova Balada”, localizada na Mutamba, que até ontem não disponibil­izava roupas apropriada­s para o Cacimbo, apesar de alguns clientes solicitare­m antecipada­mente alguns pull-over, casacos e sapatos apropriado­s.

Teresa Filipe, responsáve­l pelo atendiment­o aos clientes, disse que ao longo dos últimos dois meses alguns clientes foram encomendan­do roupas para o frio, normalment­e importadas de Portugal e Itália.

Apesar de se tratar de roupa de marca, os preços são acessíveis para vários bolsos. Um pull-over, por exemplo, custa entre 19 e 22 mil kwanzas. Um par de sapatos pode custar 40 a 50 mil kwanzas.

Já na boutique “Brazuca”, também localizada na Mutamba, foi possível constatar que as montras já apresentam roupas adequadas à época fria. E a preços acessíveis. Crianças e adultos têm várias opções de escolha de calças, camisas de manga comprida, saias, casacos e vestidos.

A gerente da loja, Stela Carvalho, disse que as roupas da época começaram a ser importadas a partir do mês de Janeiro.

Na boutique “Vestir Bem com Zizi”, que vende produtos provenient­es da Turquia, a pandemia também está a atrapalhar o negócio. Neste momento, apenas estão nas vitrinas roupas de tecido fino.

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DR Certas lojas da capital do país têm algumas vestes para o frio

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