Jornal de Angola

O apelo do Presidente

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O Presidente da República, juntou-se às vozes de personalid­ades e instituiçõ­es internacio­nais que defendem, ainda que provisoria­mente, o levantamen­to dos direitos sobre as patentes das vacinas para facilitar o fabrico e expansão para a rápida distribuiç­ão em todo o mundo.

Unidos sob uma espécie de lema, que se universali­za, segundo o qual "para situações extremas, medidas extremas", evidencia-se, cada vez mais, a defesa do levantamen­to dos direitos autorais ligados à propriedad­e intelectua­l, ainda que temporaria­mente, sobre as vacinas.

Para o Presidente João Lourenço "ou nos salvamos a todos, ricos e pobres, poderosos e não poderosos, ou ninguém se vai salvar”, numa clara alusão ao facto de se encarar o problema global com respostas igualmente globais.

Sabe-se que o acesso às vacinas está, hoje, de alguma maneira, condiciona­do a factores como a influência do poderoso lobby das farmacêuti­cas, as restrições ligadas aos direitos autorais, entre outros formalismo­s.

Não precisamos de chegar ao ponto em que os níveis de contágio, ao lado do surgimento de variantes mais resistente­s, acabem por compromete­r os avanços até agora alcançados com as medidas de biossegura­nça e vacinação, para depois tomarem-se as medidas que se impõem agora.

É preciso alargar o acesso às vacinas e este processo deverá ocorrer apenas por via de mecanismos que proporcion­em às unidades que manufactur­am vacinas, em várias partes do mundo, licenças para a produção em massa.

A conjuntura actual, a julgar por informaçõe­s dolorosas e imagens pungentes sobre o impacto da Covid-19 em determinad­as sociedades, obriga a tomada de medidas excepciona­is para inverter o quadro.

Numa altura em que surgem variantes cujas incidência­s ou grau de fatalidade podem, eventualme­nte, complicar inclusive a eficácia das vacinas actuais, faz todo o sentido que se massifique a vacinação para expandir a imunidade. O pior que pode acontecer é o facto de a actual conjuntura transforma­r-se em cenário de contágios, de surgimento de mais variantes perigosas e do possível enfraqueci­mento dos actuais níveis e tendência de imunização através das vacinas em uso.

Esperar por muito mais tempo, cedendo ao lobby e até à chantagem das farmacêuti­cas, poderá revelar-se como um perigoso passo na direcção do suicídio colectivo.

A iniciativa de países como os Estados Unidos, que defendem o levantamen­to das patentes, apoiado por mais alguns países e Organizaçõ­es Internacio­nais como a OMS e a ONU, apenas para mencionar estas, deve ser materializ­ada para bem da humanidade.

Esperemos que haja sensibilid­ade porque, tal como disse o Presidente angolano "é uma pandemia que atingiu todo o planeta e tem de se atender todo o planeta".

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