Jornal de Angola

Mas reconhece que chegou a emagrecer bastante?

-

Recentemen­te passou por uma polémica relacionad­a ao seu estado de saúde. O que realmente aconteceu?

Sim! Disseram que eu estive mal por causa das drogas e a gente tem de falar as coisas pelos seus nomes, para começarmos a desmistifi­car algumas coisas. Porque nós, aqui, temos problemas de percepção e as coisas ditas pelos nomes não permitem outras leituras. Essa foi uma situação muito chata para mim. Eu realmente emagreci, porque queria dar uma imagem diferente, tanto é que até cortei o cabelo. Depois, pensei no que me fosse caracteriz­ar e me veio à cabeça a imagem dos nossos antepassad­os hereros, nyanekas e muitos outros povos que usavam brincos, aqueles grandes, que ocupam um grande furo na orelha. Eu quis isso, quis ser africano. Claro que nessa coisa de fazer dieta, e eu não estava habituado, foi a minha primeira vez, deu-me um aspecto diferente. As pessoas não estavam habituadas a verme diferente. Eu não era gordo. O bem estar, para nós angolanos, é quando estamos numa situação financeira melhor e isso aconteceu comigo, comia sem regras, viagens e mais, que fizeram com que eu engordasse.

Sente-se bem agora?

Eu sou uma pessoa que tem de ter os quilos que tenho agora. Tenho pesado todos dia e, neste momento, estou a pesar 81 quilos. Acho até que tenho peso a mais, porque eu tenho de pesar 78 quilos, para a altura que tenho. Eu vou fazendo com a minha alimentaçã­o naturalmen­te.já tirei a carne e uma série de produtos para não engodar. Mas gosto, por exemplo, de apreciar um caldo quase todos os dias, a nossa culinária é rica, com muambas e outros molhos.

Realmente. Sai de 84 para 77 quilos. Essa transforma­ção aconteceu quando eu estava em Portugal, na quarentena, período em que a maioria das pessoa engordou, mas eu emagreci, porque quis. Infelizmen­te, exagerei um pouco e passei. Eu estava contente, sentia-me leve e tranquilo. Como as pessoas não me viram, claro que tomaram um susto. As más bocas, e de pessoas que eu conheço, vieram a público dizer que eram as drogas. Isso entristece­u-me muito. A gente não vai citar nome, mas eles sabem quem são. São pessoas que deveriam estar a olhar para nós como irmãos. Aquilo pareceu tipo “precisamos ajudar o Yuri da Cunha”. Então, se preciso de ajuda, não peço primeiro à minha família? Se você quer, realmente, ajudar-me, liga para mim e conversa comigo para poder saber o que se passa. Primeirame­nte, não liguei, porque já venho a passar por isso há muitos anos. Até já fui acusado de ser traficante de droga. Já estava habituado a lidar com isso. Mas os meus filhos já estão grandes e, passada a mentira como foi passada, aquilo fez-me muita confusão. Foi tudo engendrado por pessoas de má fé, para criar realmente aquilo que chamamos “deixar cair”.

 ?? DR ??
DR

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola