Jornal de Angola

Por mais e melhor informação

- Cândido Bessa

A constataçã­o do Presidente da República, há cerca de quatro anos, de que Angola conheceu um assinaláve­l progresso no que respeita à qualidade da informação e de que há mais jornais, mais estações de rádio e mais estações de televisão continua verdadeira. Assim como a de que o debate é hoje mais plural. Mas é, igualmente, de toda justiça afirmar que é preciso fazer mais, para garantir a todo o cidadão este direito, constituci­onalmente instituído, de se informar e ser informado.

É na busca deste desiderato que a Edições Novembro tem centrado os seus esforços. O lançamento, na sexta-feira, do Angoleme, o seu quarto jornal regional, é parte deste esforço de aumentar a quantidade e qualidade de informação sobre as diferentes regiões, para melhor mostrar Angola ao mundo. Generalist­a e com periodicid­ade quinzenal, o jornal cobre as províncias do Bengo, Cuanza-norte e Malanje.

Depois do Metropolit­ano (Luanda), Planalto (Huambo, Bié, Benguela e Cuanza-sul) e Ventos do Sul (Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango), a empresa proprietár­ia do Jornal de Angola, Economia e Finanças, Jornal dos Desportos e de Cultura - Jornal Angolano de Artes e Letras põe, à disposição do cidadão, mais um canal para o cidadão, livremente, “exprimir, divulgar e compartilh­ar os seus pensamento­s, as suas ideias e opiniões”.

Além de levar a informação até à aldeia, cumprindo assim um dos pressupost­os da Constituiç­ão da República, os jornais têm a missão de mostrar as potenciali­dades das regiões que cobrem e a realidade daquele cidadão da localidade mais recôndita do país, que não encontra espaço nos grandes noticiário­s.

Nesta nova era de governação, assente nos pilares da inclusão e participaç­ão dos cidadãos, os jornais regionais são fundamenta­is para levar aos governante­s os anseios e expectativ­as dos governados, mostrar as assimetria­s, mas, também, ajudar a atenuá-las, além de apresentar as oportunida­des e potenciali­dades existentes nas diversas regiões em sectores que vão desde a agro-indústria às minas, sem esquecer o turismo.

São hoje sete títulos, entre generalist­as e especializ­ados, para melhor garantir aos angolanos o acesso à informação de qualidade e em quantidade, isenta e com o rigor merecido e ajudar no reforço do sentimento patriótico e de unidade nacional.

Mas a missão dos profission­ais da Edições Novembro não está terminada. Como assumiu, recentemen­te, o seu presidente do Conselho de Administra­ção, Drumond Jaime, a meta é, em breve, chegar aos 10 títulos, com a introdução de mais três, para cobrir o Leste e o Norte do país. Um desafio nada impossível e que encontra o amparo institucio­nal do Ministério de tutela. Só assim se explica que, há um ano, apenas o Jornal de Angola estava em circulação e com uma tiragem abaixo dos três mil exemplares. Hoje, o principal título sai todos os dias à rua com 15 mil exemplares. Reactivara­m-se os outros, criaram-se novos e mais vão surgir, apesar das condiciona­ntes impostas pela Covid-19.

É preciso, também, lembrar o simbolismo por detrás do nome do mais novo título. Tal como referido na apresentaç­ão da nova publicação, Angoleme é homenagem à célebre batalha de Angoleme Aquitambo, liderada por Ngola Kiluanji, Rei do Ndongo. O ano de 1590 apressava-se a chegar ao fim. Era Dezembro. Luís Serrão, o sucessor de Paulo Dias de Novais, na ânsia de vencer Ngola Kiluanji e conquistar Cabaça, para daí lançar as bases do povoamento português da região e melhor controlo do comércio de seres humanos, decidiu avançar pelo rio Lucala com todas as forças que conseguira mobilizar.

Alertado das intenções dos portuguese­s, o Rei do Ndongo mobilizou um exército conjugado de forças do Ndongo, Congo Matamba e Jagas, naquela que foi considerad­a a maior coligação de exércitos das nações ancestrais que compõem a Angola actual, em número calculado em mais de um milhão de homens, de acordo com as fontes históricas portuguesa­s, avançou ao encontro dos opositores e massacrou o Exército adversário em Angoleme Aquitambo, naquela que ficou registada como a maior vitória da luta contra a ocupação colonial do nosso território.

São estes aspectos da nossa História, infelizmen­te um pouco esquecidos entre nós, mas também da Cultura, que a Edições Novembro procura resgatar, além de comunicar mais e melhor com os cidadãos, trazendo-os ao centro dos debates, factores fundamenta­is na afirmação da nossa identidade e angolanida­de.

O lançamento, nesta sextafeira, do Angoleme, o seu quarto jornal regional da Edições Novembro, é parte deste esforço de aumentar a quantidade e qualidade de informação das diferentes regiões, para melhor mostrar Angola ao mundo. Generalist­a e com periodicid­ade quinzenal, o jornal cobre as províncias do Bengo, Cuanza-norte e Malanje

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