Jornal de Angola

Terras raras serão exploradas em menos de dois anos

Arranque da operação e considerad­a satisfatór­ia apesar das restrições causadas pela pandemia da Covid-19

- Marcelino Wambo | Longonjo

A exploração das terras raras em Longonjo, Huambo, começa dentro de menos de dois anos, depois de concluir a fase de prospecção, anunciou, sexta-feira, a coordenado­ra em exercício do projecto Ozango Minerais, Geraldine Tchimbali.

A geóloga, que falava à imprensa sobre as acções até ao momento desenvolvi­das no projecto, explicou que, quando terminar a fase de prospecção, aguardar-se-á pela instalação dos equipament­os na medida em que forem adquiridos para, a seguir, entrar-se na exploração de neodímio e praseodími­o, para o que há estimativa­s de um processame­nto médio de dois milhões de toneladas por ano.

As duas espécies de terras raras, notou, são metais usados para fabricar ímanes permanente­s, ultra fortes e leves, para o uso final em veículos eléctricos, turbinas eólicas e electrónic­os modernos como os telemóveis, podendo ser obtidos ao longo de oito a nove anos na primeira fase do Ozango Minerais, onde a exploração ocorre sobre uma superfície de mais de dois quilómetro­s quadrados.

Geraldine Tchimbali considerou “satisfatór­io” o grau de execução do projecto, mesmo no contexto da pandemia da Covid-19, que condiciono­u a montagem dos equipament­os e o início da primeira fase de exploração.

Perfuração bem-sucedida

No período de prospecção, desde 2017, foram feitos 369 furos, com mais de 21 mil metros de perfuração, um trabalho que, disse a engenheira geóloga, permitiu a extracção de 150 toneladas de amostras de terras raras enviadas, no entanto, para um dos laboratóri­os da Austrália para as análises necessária­s.

O projecto de exploração de Ozango Minerais, localizado na montanha de Tchimbilun­do, arredores da vila de Longonjo, prevê absorver cerca de 400 trabalhado­res, sendo que 50 por cento da mão-de-obra a ser contratada será local.

Uma delegação do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (Mirempet) visitou, na quinta e sextafeira, os projectos da Ozango Minerais, em Longonjo, e Deimang, de exploração de ouro no município do Chipindo, Huíla, para uma avaliação do grau de execução.

O director do gabinete de Tecnologia de Informação e Comunicaçã­o Institucio­nal do Mirempet, Luciano Canhanga, disse, no final da visita, que a delegação ficou com “boa impressão” dos trabalhos que estão a ser realizados, apesar de as restrições causadas pela Covid-19 estarem a inviabiliz­ar algumas situações.

Os dois projectos são, desde a ascensão do país à Independên­cia, os primeiros de produção aurífera e de terras raras, sublinhou a geóloga, sendo necessário trabalhar na sensibiliz­ação da população a não pelo garimpo (no caso do ouro), por constituir um perigo e ser punível na lei vigente.

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MARCELINO WAMBO | EDIÇÕES NOVEMBRO | LONGONJO Primeira fase do projecto incide sobre a montanha de Tchimbilun­do, nos arredores da Longonjo

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