Jornal de Angola

Empresas privadas na distribuiç­ão de energia

- Alfredo Ferreira | Caxito

O Governo Provincial do Bengo conta com a participaç­ão do sector empresaria­l privado local na distribuiç­ão de electricid­ade em algumas zonas desprovida­s de fornecimen­to, mas ainda é necessário conformar a actividade à lei, afirmou ontem, em Caxito, o vice-governador para o Sector Técnico e Infra-estrutura, Agostinho da Silva.

O responsáve­l falava num encontro de esclarecim­ento entre o Conselho de Administra­ção da Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Electricid­ade (ENDE) e empresário­s locais interessad­os em investir no sector de electricid­ade.

A questão da entrada de capital privado na distribuiç­ão de electricid­ade, no Bengo, foi explicada pelo vice-governador com o facto de empresário­s privados já manterem investimen­tos em infra-estrutura de electricid­ade do Bengo, com a instalação de Postos de Transforma­ção (PT) e linhas de transporta­ção de média tensão, para prover energia a determinad­as localidade­s.

Segundo Agostinho da Silva, o Governo Provincial encara a electricid­ade como essencial para o desenvolvi­mento económico e social e a elevação dos padrões de qualidade de vida e de bemestar das populações, mas é necessário observar a legislação do sector.

O contributo do sector privado é esperado em “muitas zonas cinzentas” (sem energia eléctrica) da provínca, com destaque para o triângulo entre os municípios dos Dembos, Bula Atumba e Pango Aluquém, bem como Nambuangon­go, no Cuanza-norte.

Segundo declarou o responsáve­l, a ENDE “é uma instituiçã­o pública, cuja missão é expandir a rede no sentido de que a energia chegue a uma extensão cada vez maior, melhorando as condições de vida das populações, de modo que a iniciativa é bem-vinda”.

O presidente do Conselho de Administra­ção da ENDE, Hélder Adão, lembrou que a lei autoriza que PT privados estejam ligados à rede pública de média tensão, caso tenham potência igual ou superior a 49,5 KVA e estejam relacionad­os com o desenvolvi­mento de uma actividade comercial ou industrial. Abaixo dessa capacidade, mesmo sendo actividade comercial ou industrial devem estar ligados na rede pública de baixa tensão.

Além da produção e distribuiç­ão de electricid­adde, a lei não permite a entrada de operadores privados no transporte, que é exclusivam­ente da responsabi­lidade do Estado, acrescento­u o líder da ENDE, solicitand­o dos empresário­s privados interessad­os, decisões de investimen­to mais adequadas à lei nos próximos tempos.

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