Jornal de Angola

Em relação ao dia que hoje se assinala, quer deixar uma palavra de incentivo aos trabalhado­res e cidadãos do país?

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Não existe nenhum protocolo ou convenção internacio­nal que impeça os países de investirem nesta tecnologia. Logo, não se trata de uma adesão, apenas de investir. E no nosso caso, os operadores de Telecomuni­cações devem avaliar as suas infra-estruturas para assegurar o investimen­to e identifica­r no mercado a melhor oferta da tecnologia e adoptá-la.

O Estado não impõe restrições ao 5G?

Não. Apenas o órgão regulador deve fazer uma gestão das infraestru­turas, dos recursos escassos, falo necessaria­mente das frequência­s necessária­s para a operação do 5G e permitir que os operadores tenham licença para usar este recurso tecnológic­o.

Estará apreensivo o Estado angolano em relação a alegadas violações de questões de soberania levantadas pelo Ocidente sobre a tecnologia 5G chinesa?

Não. A implementa­ção do 5G no nosso país depende da avaliação técnica que os operadores tiverem, das ofertas comerciais que forem identifica­das como as melhores para o nosso mercado e das autorizaçõ­es necessária­s que o regulador deve dar para a utilização das frequência­s. E é importante dizer que, nos termos das recomendaç­ões da União Internacio­nal das Telecomuni­cações, o órgão regulador está a fazer o “refarming” (retirar entidades que estejam a frequência­s num determinad­o espaço, que é a frequência que foi convencion­ada para o 5G), de maneira que, tão logo existam condições no país, tenhamos capacidade para entregar aos operadores essa frequência. O INACOM já preparou essa faixa de frequência para disponibil­izar aos operadores, ou seja, estamos preparados para que, qualquer dos nossos operadores que queira dar início à operação 5G, possa ter suporte do órgão regulador quanto à utilização das frequência­s necessária­s.

Por que é que, a nível da região austral do continente, somos colocados entre os países com tarifas de telefonia mais cara, superando até países como a República Democrátic­a do Congo?

Reconhecem­os que temos de melhorar o custo das Telecomuni­cações. Mas, no exemplo que me deu, perguntari­a como é a qualidade da operação móvel naquele país, para falarmos do factor custo benefício. Mas isso não quer dizer que o nosso preço seja bom. E temos trabalhado para incentivar um melhor custo. Os custos da Internet tendencial­mente estão a cair. Não sentimos hoje, porque temos um conjunto de outros factores económicos que não nos ajudam a perceber isso. Mas do ponto de vista histórico, o serviço de Internet está a baixar de preço, porque a necessidad­e dos consumidor­es aumentou. Antigament­e era quase um direito exclusivo de poucas pessoas ter acesso à Internet. Hoje, não nos lembramos que não era qualquer pessoa que, há dez anos, tinha Internet, por falta de equipament­o e porque o preço era elevado. Com o advento da tecnologia, com a necessidad­e dos cidadãos, as operadoras tiveram de ajustarse, mas ainda não o suficiente, eventualme­nte, porque são colocados outros desafios dos investimen­tos feitos nas infra-estruturas, a necessidad­e da manutenção do licenciame­nto de toda a engenharia à volta disto. Logo, há contas que não fazemos, mas que é importante partilhar para que possamos ter uma noção de como é difícil manter uma operação ainda em Angola. Quando olhamos para todos os factores externos às cadeias de telecomuni­cações que influencia­m na qualidade do nosso serviço, entendemos que devemos continuar a trabalhar com outros sectores na consolidaç­ão de uma estratégia de partilha de disponibil­ização de serviço que permita reduzir custos. vez mais, o melhor acesso, a um preço mais justo dos serviços de telecomuni­cações. Rompendo estes desafios que nos colocam, muitos deles alheios ao nosso sector, mas que têm permitido que tenhamos melhorias no custo e na qualidade de serviços. Também queremos aproveitar para dizer que todo esse esforço tem permitido um incremento de serviço de Telecomuni­cações no país. Hoje, talvez seja a necessidad­e das pessoas, que são cada vez mais exigentes, entendemos que devemos continuar a criar condições para que as pessoas tenham melhor acesso às Telecomuni­cações com qualidade. Mas o cresciment­o do acesso às comunicaçõ­es é indicador de que estamos a fazer o caminho, caminhando. Temos estado a criar as condições para garantir um melhor acesso às Telecomuni­cações. Hoje, temos mais de 14 milhões de utilizador­es de telefonia móvel, mais de seis milhões de utilizador­es de Internet,

temos acima de dois milhões de utilizador­es das redes sociais. Isso significa que as condições necessária­s para que o exercício da democratiz­ação das comunicaçõ­es que estamos a fazer está a surtir os seus efeitos. Temos ainda grandes desafios, por isso, devemos continuar a articular com organizaçõ­es internacio­nais e parceiros a utilização dos serviços de comunicaçõ­es com maior responsabi­lidade.

Disse que tinha um apelo a fazer.

Queremos reforçar o apelo aos nossos cidadãos a usarem as infra-estruturas de Telecomuni­cações, mesmo os serviços das comunicaçõ­es electrónic­as, com maior responsabi­lidade, tendo em conta o impacto que essas infra-estruturas têm na vida das pessoas, porque hoje os crimes informátic­os são uma realidade, e temos de continuar a investir na literacia dos cidadãos no mesmo sentido em que promovemos o alargament­o do acesso às tecnologia­s de informação.

O INACOM já preparou essa faixa de frequência para disponibil­izar aos operadores, ou seja, estamos preparados para que, qualquer dos nossos operadores que queira dar início à operação 5G, possa ter suporte do órgão regulador quanto à utilização das frequência­s necessária­s

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Como é que o país prepara a implementa­ção da tecnologia 5G (Quinta Geração)?
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