Falta de Autoridade
A falta
de autoridade é das causas maiores da balbúrdia luandense, que promove o sentimento de impunidade, como amiúde se comprova na capital do país e no resto da província na qual se insere.
Motoristas, cobradores e “lotadores”, cada vez em maior número, de táxis colectivos são alguns dos mais descarados transgressores das regras do espaço público, cientes de não haver quem os obrigue a cumprir, entre outras, as normas do trânsito automóvel e do bom senso. Com frequência, como a demonstrarem os privilégios de que gozam, exibem este espectáculo degradante a poucos metros de instituições que, pelo que representam, têm a obrigação de impedir que tal suceda.
Motoristas, cobradores e “lotadores” de táxis colectivos, são, na maioria - há sempre honrosas excepções a confirmarem a regra - dos grandes responsáveis pela bagunça reinante na província. Desde fazerem de passadeiras praças de recolha e saída de passageiros, que, por sua vez, formam filas desrespeitadoras do distanciamento entre eles, até discussões em altos brados, com obscenidades pelo meio, não há nada de mau que não promovam. Nem o facto daqueles meios de transporte serem das raríssimas formas dos luandenses, sem viatura própria, poderem ir trabalhar e regressar a casa, justificam este alheamento das autoridades.
A balbúrdia do trânsito automóvel e de transeuntes é antiga em Luanda, os táxis colectivos não constituem a única causa, mas são parte do problema que é preciso atalhar com firmeza, até por questões de saúde pública, principalmente, por motivos óbvios, na actual fase de pandemia durante a qual todos os cuidados são poucos e todos nunca seremos demais para a combater. Não nos podemos dar ao luxo de haver quem continue, impunemente, e assobiar para o lado, como se nada de extraordinário se estivesse a passar. E o coronavírus, independentemente da estirpe e origem, tem, entre os aliados preferenciais, a falta de higiene, mas, também, ajuntamentos de pessoas, desorganização e que o desvalorizem.