Jornal de Angola

Tribunal faz recomendaç­ões para melhorar a Conta Geral do Estado

As recomendaç­ões constam do Parecer sobre a Conta Geral do Estado referente ao exercício económico de 2019

- Edna Dala

O parecer do Tribunal de Contas (TC) sobre a Conta Geral do Estado (CGE) do exercício fiscal de 2019, entregue ontem ao Parlamento, tem mais de cem recomendaç­ões para a melhoria da acção governativ­a. Sem especifica­r as recomendaç­ões, a presidente do Tribunal de Contas, Exalgina Gamboa, disse que as constataçõ­es podem ser dadas ao Governo para emitir o contraditó­rio. Informou que as constataçõ­es são de carácter técnico e legal, para a melhoria do exercício do controlo externo que é feito pela Assembleia Nacional.

A Conta Geral do Estado compreende as contas de todos os órgãos da Administra­ção Central e Local do Estado e dos Serviços, Institutos Públicos, Fundos Autónomos, bem como da Segurança Social e dos Órgãos de Soberania.

O Tribunal de Contas recomendou às instituiçõ­es do Estado a melhorarem os aspectos técnicos e legais na elaboração de relatórios de exercícios económicos dos próximos anos.

As recomendaç­ões constam do Parecer que o Tribunal de Contas emitiu sobre a Conta Geral do Estado referente ao exercício económico de 2019, entregue, ontem, ao presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, pela titular desta instituiçã­o, Exalgina Gamboa.

Em declaraçõe­s à imprensa, depois de entregar o documento, a presidente do Tribunal de Contas disse que o Parecer tem mais de 100 recomendaç­ões que derivam das várias constataçõ­es.

Sem especifica­r as recomendaç­ões, Exalgina Gamboa esclareceu que as constataçõ­es podem ser dadas ao Governo para emitir o seu contraditó­rio. O número de recomendaç­ões, reforçou, nem sempre reflectem de forma positiva ou negativa.

Sobre a entrega do Parecer à Assembleia Nacional, a responsáve­l disse ser um exercício de rotina. Todos os anos, esclareceu, o Tribunal de Contas elabora um parecer e faz recomendaç­ões que são sugestões que o Parlamento pode ou não ter em consideraç­ão na apreciação da Conta Geral do Estado.

O Parecer do Tribunal de Contas, disse, é sempre técnico e não político e neste sentido o Tribunal limitouse a emitir esse Parecer técnico que foi entregue à Assembleia Nacional.

Com a apresentaç­ão do Relatório, acrescento­u, o Tribunal de Contas cumpriu com a solicitaçã­o do presidente da Assembleia Nacional de elaboração do Parecer à Conta Geral do Estado do exercício de 2019.

Discussão

A presidente da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, Ruth Mendes, disse que depois deste passo, o Parlamento tem um prazo legal até 30 deste mês para agendar as discussões sobre o Parecer à Conta Geral do Estado.

Confrontad­a com as expectativ­as em torno do documento, Ruth Mendes disse que estão em presença do controlo externo dos actos da administra­ção pública, sendo o Tribunal de Contas um órgão complement­ar da actividade política do Parlamento.

A apreciação técnica, explicou, é feita pelo Tribunal de Contas e ao nível do Parlamento faz-se uma avaliação política. "Temos que ter em conta a transparên­cia dos actos do Executivo, a própria execução do Orçamento Geral do Estado e como ela é feita, se foi feita com alguma transparên­cia. É preciso ter em conta esses elementos".

Segundo Ruth Mendes, "o Parlamento nunca aprecia a Conta Geral sem o relatório do Tribunal de Contas. A Assembleia Nacional valoriza as recomendaç­ões que o Tribunal de Contas apresenta, que são técnicas mas acontecem no sentido de melhorar e corrigir as acções que são feitas durante a execução do OGE", sublinhou.

 ?? PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Presidente do Tribunal de Contas entregou documento ao líder da Assembleia Nacional
PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente do Tribunal de Contas entregou documento ao líder da Assembleia Nacional

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola