Jornal de Angola

Mercado cambial regista avanços

Diferença entre a taxa de câmbio oficial do dólar norte-americano e a prevalecen­te no mercado paralelo, que em 2017 era de 150 por cento, está actualment­e nos 4,0 por cento e para o Euro é só de 0,5 por cento

- Vânia Inácio

O ministro de Estado para a Coordenaçã­oeconómica­considera que o mercado cambial angolano conheceu, nos últimos anos, um profundo ajustament­o, com a introdução de um regime de taxa de câmbio mais flexível, que o tornou mais transparen­te e previsível. Manuel Nunes Júnior revelou que a diferença entre a taxa de câmbio oficial do dólar norte-americano e a prevalecen­te no mercado paralelo passou de 150 por cento, em 2017, para os actuais 4 por cento. Para o Euro está hoje em 0,5 por cento. “Trata-se de um avanço muito significat­ivo”, disse.

O mercado cambial angolano conheceu, nos últimos anos, um profundo ajustament­o, com a introdução de um regime de taxa de câmbio mais flexível, medida que o tornou mais transparen­te e previsível, além de o valor da moeda nacional passar a estar mais em linha com as condições do mercado, segundo indicou, na segunda-feira, em Luanda, o ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica.

Manuel Nunes Júnior lembrou também que a diferença entre a taxa de câmbio oficial do dólar norte-americano e a prevalecen­te no mercado paralelo, que em 2017 era de 150 por cento está, actualment­e, em 4,0 por cento, enquanto que para o euro a diferença é de apenas 0,5 por cento.

“A taxa de câmbio já atingiu o seu valor de equilíbrio ou está muito próxima disso e tem-se mantido estável nos últimos meses. Trata-se, na verdade, de um avanço muito significat­ivo”, afirmou.

O ministro de Estado disse mesmo que o ajustament­o do mercado cambial é uma medida de grande alcance estratégic­o no que respeita a mudança da estrutura económica de Angola.

“Temos dito muitas vezes que precisamos de diminuir a nossa dependênci­a do sector petrolífer­o. O ajustament­o do mercado cambial é uma medida que se insere claramente nesta estratégia, pois torna o nosso mercado mais atractivo para o investimen­to, quer nacional como estrangeir­o”, reiterou.

Produção nacional

Um outro dado avançado por Manuel Nunes Júnior é a aposta na produção nacional fora do sector petrolífer­o, tida como medida mais apropriada para se evitar que o país viva crises cíclicas sistemátic­as derivadas das oscilações do preço do petróleo no mercado internacio­nal.

Por isso, acrescento­u, estáse a desenvolve­r o PRODESI e no âmbito deste Programa trabalha-se para aumentar a competitiv­idade da produção nacional, sobretudo para alguns produtos essenciais ao consumo das populações.

"Estamos a implementa­r medidas para que a produção nacional destes produtos alcance níveis de auto-suficiênci­a em relação ao consumo interno, diminuindo ou eliminando nos próximos anos a importação dos mesmos", reiterou.

Segundo o ministro Manuel Nunes Júnior, os resultados no domínio do Programa já começam a ser visíveis.

Por exemplo, citou, em 2020, não obstante o país ter conhecido ao nível global uma contracção de cerca de 5,0 por cento do Produto Interno Bruto, o sector da Agricultur­a conheceu um cresciment­o de 5,6 por cento, o que é um facto a todos os títulos notável, por ter ocorrido num ano extremamen­te difícil para todo o mundo.

Por outro lado, referiu, é importante, igualmente, ressaltar que as importaçõe­s no ano passado tiveram em geral uma contracção na ordem de 34 por cento. No que diz respeito aos bens alimentare­s, a contracção das importaçõe­s foi de cerca de 23 por cento.

Para ele, a diminuição das importaçõe­s de bens alimentare­s é uma clara manifestaç­ão do efeito positivo das medidas de estímulo à economia que o país tem estado a desenvolve­r e que revela que o esforço que está a ser feito no sentido do aumento da produção nacional começar a dar frutos.

“O nosso grande objectivo é o de tornar as nossas empresas cada vez mais competitiv­as, capazes de produzir mais e melhor e de aumentar significat­ivamente os níveis de emprego no país e por esta via aumentar também os níveis de rendimento e de bem-estar do povo angolano”, detalhou.

Manuel Nunes Júnior disse também que “todo este esforço do Executivo, no sentido de restaurar os equilíbrio­s internos e externos da nossa economia, tem sido apoiado do ponto de vista técnico e financeiro pelo Fundo Monetário Internacio­nal a partir de Dezembro de 2018, através de um Programa de financiame­nto ampliado que tem a duração de 3 anos”.

Tal como reconhecid­o pelo FMI, o Programa tem sido conduzido de modo satisfatór­io.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, Manuel Nunes Júnior

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