Enviado da ONU admite fracasso depois da missão
O enviado das Nações Unidas para o Iémen, Martin Griffiths, admitiu, ontem, perante o Conselho de Segurança, que os seus esforços para pôr termo à guerra naquele país falharam no final dos três anos da sua missão.
“As partes em conflito devem ser suficientemente corajosas e estar dispostas a escolher a via de uma solução política, em vez de prosseguirem o conflito; durante os três anos da minha missão no Iémen, propusemos muitas oportunidades às partes, mas foi em vão", lamentou o britânico, que vai abandonar as funções para assumir o cargo de Secretário-geral adjunto das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários.
O seu sucessor ainda não foi nomeado, havendo três candidatos na corrida: um britânico, um sueco e um japonês, segundo diplomatas.
"Um mediador não é responsável pela guerra, nem pela paz. O seu papel é apresentar às partes os meios para porem fim à guerra", explicou Martin Griffiths.
"É com profundo pesar que vos transmito, hoje, que as partes ainda não ultrapassaram as suas divergências", acrescentou.
Nas suas intervenções, os Estados Unidos e o Reino Unido atribuíram a responsabilidade da impossibilidade de alcançar um acordo de paz no Iémen apenas aos rebeldes huthis.
O enviado precisou que estes últimos, reunidos no final de Maio em Sanaa, só queriam aplicar um cessarfogo nacional e iniciar negociações de paz após acordos sobre a utilização do porto de Hodeida, no Oeste do país, e do Aeroporto de Sanaa, cidade sob o seu controlo.