Apoio a Angola em diversas áreas
Em Angola, particularmente, que programas tem o UNICEF?
O UNICEF apoia o Governo angolano em várias áreas. Dentre estas, existem cinco que consideramos cruciais para que haja uma mudança na vida das crianças. Segundo os dados do estudo sobre pobreza infantil, lançado pelo Instituto Nacional de Estatística há cerca de 2 anos, as crianças em Angola passam por múltiplas privações, fazendo com que a resposta a essas privações ou necessidade sejam de igual modo múltiplas. Também apoiamos o Governo em todas as acções ligadas à saúde nutricional da criança, que continua a ser uma preocupação. O nosso apoio, para além da capacitação dos técnicos, alarga-se também à disponibilização de suplementos nutricionais em algumas unidades de saúde.
No país, o que mais preocupa o UNICEF?
Preocupa-nos essencialmente o facto de haver desafios para assegurar que todas as crianças tenham acesso a todas as vacinas necessárias para garantir a imunização plena, desde o nascimento até aos 15 meses de idade. Por isso, trabalhámos com o Ministério da Saúde no fortalecimento do sistema, com particular destaque para o reforço do sistema de conservação de vacinas. Outras duas áreas que consideramos relevantes são a educação das meninas e ainda o combate e a prevenção de todas as formas de violência contra a criança, em particular contra a menina.
O reforço de um sistema de protecção social das famílias tem merecido também a atenção do UNICEF?
Sim, de facto. Actualmente, temos trabalhado com o Governo na implementação de vários programas de Transferência Social Monetária, em Luanda e noutras três províncias piloto. Nestas províncias, algumas famílias, previamente seleccionadas e com crianças menores de 5 anos, têm acesso a uma quantia monetária por cada criança o que permite contribuir para o aumento do rendimento da família e ao mesmo tempo contribuir para acesso a outros serviços.
Qual é o valor do investimento levado a cabo em Angola?
Actualmente, o programa do UNICEF em Angola está avaliado em aproximadamente 50 milhões de dólares, para o período de 2020-2022. No entanto, a Covid-19 tem realmente colocado muita pressão no financiamento para o bem-estar das crianças e famílias em Angola. Queremos, desde já, agradecer aos nossos parceiros, como a União Europeia, o Governo do Japão, os Estados Unidos da América e outros. Também queremos reconhecer os parceiros do sector privado, como o BFA, que demonstrou um admirável empenho para com as crianças vulneráveis afectadas pela seca em Angola. Devo dizer também que o valor do UNICEF em Angola vai além da contribuição financeira. O UNICEF pode contribuir com a construção de alianças e parcerias fortes. Adicionando às boas -práticas internacionais que o UNICEF traz para o país, os parceiros podem criar políticas e práticas, sempre no melhor interesse da criança.