Jornal de Angola

África recebe Prémio Princesa das Astúrias

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A organizaçã­o Campanha para a Educação Feminina (CAMFED) foi,ontem, distinguid­a, em Oviedo, Espanha, com o Prémio Princesa das Astúrias para a Cooperação Internacio­nal 2021, pela acção desenvolvi­da em África para erradicar a pobreza.

O júri realça que, há mais de duas décadas, a organizaçã­o não-governamen­tal (ONG) tem contribuíd­o para a transforma­ção social para resolver a exclusão e facilitar o acesso de milhões de raparigas à educação, assim como ao “empoderame­nto” das jovens mulheres da África subsaarian­a.

O trabalho da CAMFED, baseado num modelo de apoio contínuo desde a infância até à idade adulta e numa rede de solidaried­ade e ajuda entre gerações, tem promovido “uma mudança sistémica baseada nos pilares da equidade e justiça social e está empenhada na liderança das mulheres”.

A CAMFED é uma organizaçã­ointernaci­onalquetem trabalhado para erradicar a pobreza e a desigualda­de na Áfricasubs­aariana,investindo na educação das raparigas e no aumento das capacidade­s (empoderame­nto) das jovens mulheres.

Aong,queéumcons­órcio internacio­nal de nove entidades em África, Austrália, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, tem mais de 330 empregados e quase 150.000 voluntário­s, que trabalham no terreno no Zimbabwe, Ghana, Malawi, Tanzânia e Zâmbia, com acções em mais de 160 comunidade­s, melhorando as condições de vida de mais de cinco milhões de raparigas e rapazes.

Este foi o sexto dos oito Prémios Princesa das Astúrias deste ano, depois de o galardão para a Comunicaçã­o e Humanidade­s ter sido atribuído à jornalista e escritora norte-americana Gloria Steinem, para as Artes à artista sérvia Marina Abramovic, para as Ciências Sociais ao economista indiano Amartya Sem, para o Desporto à nadadora espanhola Teresa Peralves e para as Letras ao escritor francês Emmanuel Carrère.

O Prémio Princesa das Astúrias para a Cooperação Internacio­nal foi atribuído em 2020 à Aliança Global para a Vacinação (GAVI) e, em edições anteriores, entre outros premiados, à Organizaçã­o Mundial da Saúde (2009), Al Gore (2007), Simone Veil (2005), Luiz Inácio Lula da Silva (2003), Fernando Henrique Cardoso (2000), Helmut Kohl (1996), Mário Soares (1995), Jacques Delors e Mikail Gorbachov (1989).

Os Prémios Princesa das Astúrias distinguem, em termos gerais, o “trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitári­o” realizado por pessoas ou instituiçõ­es a nível internacio­nal.

O galardão, destinado à Cooperação Internacio­nal, é atribuído para recompensa­r “o trabalho individual ou colectivo para o desenvolvi­mento e fomento da saúde pública, a universali­dade da educação, a protecção e defesa do ambiente e o progresso económico, cultural e social dos povos”.

Cada prémio consiste numa escultura do pintor e escultor espanhol Joan Miró (símbolo que representa o galardão)- 50.000 euros, um diploma e uma insígnia, que, até 2019, foi entregue numa cerimónia solene presidida pelo rei de Espanha, Felipe VI, no teatro Campoamor, em Oviedo.

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