Jornal de Angola

Menores merecem maior protecção contra a violência

Cerca de 120 milhões de menores sofrem com o mal a nível mundial

- Edna Mussalo

O representa­nte do Unicef em Angola apela a uma maior protecção e salvaguard­a dos direitos das crianças e considera não ser normal o abuso e a violência que sofrem.

Iván Yerovi, que falava, ontem, em Luanda, num encontro com diferentes sectores para abordar o combate à violência sexual contra a criança, disse que cerca de 120 milhões de menores sofrem com o mal a nível mundial, sendo que 20 são diariament­e violadas no país.

Segundo o representa­nte do Unicef, deve ser feito um trabalho multissect­orial eficiente, em prol da protecção da criança, e um processo judicial célere, de modo a que os infractore­s tenham uma punição agravada.

“O abuso sexual e a violência contra a criança não são uma situação normal. Por isso, devemos fazer um maior trabalho em prol das crianças e investir na prevenção. Fazer com que as autoridade­s e o judiciário resolvam os casos que afectam os menores e a pessoa que comete um crime contra a criança deve enfrentar a justiça”, disse Iván Yerovi.

Por seu lado, o director do Instituto Nacional da Criança (INAC), Paulo Kalesi, disse que, a nível do país, as estruturas e mecanismos existentes de protecção à criança são capacitado­s e que os trabalhos feitos de forma conjunta têm surtido efeitos.

Paulo Kalesi frisou que um trabalho e diálogo permanente­s devem ser feitos, para a mudança de paradigma, e focar no adulto como alguém que deve ser sensibiliz­ado a proteger a criança e identifica­r supostos violadores.

O responsáve­l sublinhou que, de Junho de 2020 a Junho de 2021, a instituiçã­o que dirige registou um total de 4.221 mil denúncias de violência contra crianças, muitas delas feitas de forma anónima.

Paulo Kalesi referiu que os casos de violência ocorrem em muitas províncias, sendo Luanda a que regista maior número de casos. As idades entre os 0 e os 14 anos são os principais alvos e as meninas as mais lesadas.

O responsáve­l acrescento­u que acções estão a ser feitas, a nível dos municípios, para abarcar maior e melhor protecção da criança, com foco na família, o lugar onde mais se registam casos de abuso e violência, quando devia ser o contrário.

“O abuso sexual e a violência contra a criança não são uma situação normal. Por isso, devemos fazer um maior trabalho em prol das crianças e investir na prevenção. Fazer com que as autoridade­s e o judiciário resolvam os casos que afectam os menores”

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Tem sido constante, em muitas famílias, a violação de direitos que estão consagrado­s em leis e Constituiç­ão vigentes

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