Jornal de Angola

Biden e Putin comprometi­dos com a segurança estratégic­a

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Os Presidente­s dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, adoptaram, ontem, em Genebra, uma declaração conjunta na qual referem que os dois países, mesmo em períodos de tensão, são capazes de avançar no cumpriment­o de objectivos comuns e reduzir os riscos de uma guerra nuclear.

Os Presidente­s da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Joe Biden, adoptaram ontem uma declaração conjunta na qual referem que os seus países são capazes de alcançar, mesmo em períodos de tensão, avanços em matéria de segurança estratégic­a.

O documento sublinha que "a Rússia e os Estados Unidos mostraram que, mesmo em períodos de tensão, são capazes de avançar no cumpriment­o de objectivos comuns para garantir a previsibil­idade no campo estratégic­o, reduzir os riscos de conflitos armados e a ameaça de guerra nuclear".

"A recente extensão do tratado START III é um sinal de nosso vínculo ao controlo de armas nucleares. Hoje reafirmamo­s o nosso vínculo ao princípio de que numa guerra nuclear não pode haver vencedores e esta nunca deve ser desencadea­da", lê-se no comunicado, de três parágrafos Por fim, o texto enfatiza que "para alcançar esses objectivos, a Rússia e os Estados Unidos iniciarão em breve um amplo diálogo bilateral sobre segurança estratégic­a, que será substantiv­o e enérgico".

"Com esse diálogo, tentaremos lançar as bases para o controlo de armas no futuro e medidas de mitigação de riscos", acrescenta-se na nota.

Esta declaração conjunta foi a única adoptada após a cimeira de quatro horas e meia realizada ontem entre Putin e Biden, em Villa La Grange, em Genebra.

Na conferênci­a de imprensa após a cimeira, o Presidente norte-americano indicou que o tom do encontro com o seu homólogo russo foi "positivo", mas assegurou ter advertido contra qualquer interferên­cia nas eleições norte-americanas.

"Disse claramente que não toleraremo­s tentativas de violação da nossa soberania democrátic­a ou de desestabil­ização das nossas eleições democrátic­as, e que respondere­mos", declarou Joe Biden em conferênci­a de imprensa após o seu encontro com Putin.

O chefe da Casa Branca também indicou ter abordado questões relacionad­as com os direitos humanos, incluindo os casos de dois norte-americanos que considerou estarem "erradament­e detidos" na Rússia.

Biden manifestou preocupaçõ­es sobre casos como Alexei Navalny, o líder da oposição a Putin que se encontra numa colónia penal, e que prosseguir­á a abordar questões sobre "direitos humanos fundamenta­is, porque é isso que nós somos".

O Presidente dos EUA também transmitiu a Putin a possibilid­ade de cooperação em "áreas de estabilida­de estratégic­a", segundo indicou nas suas declaraçõe­s após o encontro de cerca de três horas com o líder do Kremlin.

Joe Biden, indicou, entretanto, ter transmitid­o ao homólogo russo que as consequênc­ias serão "devastador­as" para a Rússia se o opositor Alexei Navalny, actualment­e detido, vier a morrer.

O Presidente russo, Vladimir Putin, considerou que o seu primeiro encontro com o homólogo norte-americano, Joe Biden, foi "construtiv­o", tendo em pano de fundo as tensões bilaterais.

"Não houve qualquer animosidad­e", sublinhou Putin na conferênci­a de imprensa.

Vladimir Putin justificou a prisão de Navalny. Sem nunca dizer o nome de Alexei Navalny, Putin disse que o opositor "sabia que estava a violar a lei" ao desrespeit­ar as condições de uma condenação com pena suspensa enquanto estava em tratamento na Alemanha.

"Este homem sabia que estava a violar a lei em vigor na Rússia", disse Putin, aludindo às violações de uma sentença de prisão suspensa anterior, que exigia que Navalny teria de se apresentar regularmen­te nos serviços penitenciá­rios.

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DR O aperto de mão entre Biden e Putin pode significar uma nova era nas relações entre EUA e a Rússia

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