Pérolas a um jogo do 14º título
Selecção Nacional entra para a quadra do Palácio dos Desportos de Yaoundé disposta a contrariar o factor casa
A Selecção Nacional sénior feminina de andebol pode erguer, hoje, pela 14ª vez o troféu de campeã continental, caso vença a similar dos Camarões, na final da 24ª edição do Campeonato Africano das Nações, que decorre desde 8 do corrente, no Palácio dos Desportos de Yaoundé.
Uma final com carácter de desforra, depois da derrota em 2004, no Egipto, e a decisão nos Jogos Africanos de Brazzaville, em 2015. A partida é aguardada com muita expectativa pelos adeptos locais, que esperam ver os esforços financeiros dispendidos pelo seu Governo a serem compensados com a conquista do troféu.
Mas, os aficcionados locais também sabem que as Leoas vão ter pela frente uma verdadeira “máquina demolidora” capaz de contrariar os anfitriões, mesmo com o apoio vindo das bancadas, pelo que alguns chegam a mostrar algum cepticismo nos prognósticos.
Com um percurso de se lhe tirar o chapéu, as duas selecções entram para a quadra com o objectivo de concretizar as aspirações iniciais na prova. As Leoas sempre estiveram entre as candidatas ao ceptro, mas na terceira linha, atrás de Angola e Senegal. Depois do afastamento inesperado das senegalesas, com todo o mérito, aparecem como as principais opositoras ao domínio das angolanas, que apanharam um tremendo susto nas meiasfinais. Porém, a chegada das anfitriãs também foi muito suado e sofrido, pelo que ambas entram para o jogo em igualdade de circunstâncias. As Pérolas, habituadas a ambientes hostis nas várias finais já disputadas com anfitriãs, vão a jogo com o mesmo propósito de sempre, sem a pressão de ter o público contra si. Ganhar e levar o troféu para casa, pelo que jogarão ao seu nível e confirmar o favoritismo teórico, diga-se. O mesmo já não se pode dizer das Leoas que estão quase obrigadas a vencer, a qualquer preço, uma selecção que sabem ter argumentos suficientes para contrariar o factor casa.
Diante deste cenário, antevê-se uma partida onde a concentração e a serenidade podem jogar um papel determinante nas contas com desfecho imprevisível, embora o histórico das angolanas lhes atribua um ligeiro favoritismo, que terão no entanto de confirmar na quadra, explorando os pontos fracos do adversário.