Jornal de Angola

Presidente pede apoio para Moçambique

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O Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, lançou, ontem, “um veemente apelo” à comunidade internacio­nal para “tudo fazer para minimizar a dor do povo moçambican­o”, face ao conflito armado no Norte do país. O Chefe de Estado são-tomense falava à imprensa no final de um encontro com o homólogo da Guiné-bissau, Umaro Sissoco Embaló, que se encontra em São Tomé para uma visita oficial de três dias. “São Tomé e Príncipe acompanha com muita preocupaçã­o a difícil situação prevalecen­te na República de Moçambique, com consequênc­ias humanitári­as incalculáv­eis, o que interpela a nossa atenção, enquanto países membros da CPLP (Comunidade de Países de Linga Portuguesa)”, disse. A violência que se tem registado em Cabo Delgado, Norte de Moçambique, desde 2017 resultou em 2.800 mortos e 732.000 pessoas deslocadas.

Na quarta-feira, o bispo da Diocese de Pemba, António Juliasse Sandramo, disse que as famílias de acolhiment­o dos deslocados da guerra em Cabo Delgado devem ser incluídas nos pacotes de apoio ao desenvolvi­mento de quem sofre com a violência armada.

“Todas as intervençõ­es devem integrar aspectos de boa convivênci­a entre deslocados e os locais, os apoios não devem ser canalizado­s só para deslocados, ignorando totalmente a população local”, referiu o prelado. António Juliasse Sandramo falava à Lusa depois de se ter reunido com consultore­s da Agência de Desenvolvi­mento Integrado do Norte (ADIN), entidade estatal que está a traçar planos para o desenvolvi­mento social e económico de Cabo Delgado.

Juliasse defende “o diálogo com irmãos muçulmanos e entre eles mesmos, nas várias vertentes e famílias, para que encontrem caminhos também de dialogar com a juventude e demonstrar que a verdadeira face da religião islâmica não combina com a violência”.

“Tudo o que é violento e extremista não é o verdadeiro islamismo”, sublinhou. “Estamos todos juntos nesta busca da paz”, destacou. Juliasse Sandramo lembrou ainda que sem segurança os investimen­tos retraem-se, dando como exemplo o actual momento, em que vários projectos criados para Cabo Delgado pararam.

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