Estacionar no passeio
Para quem sai de Angola, andar pelas ruas de Yaoundé pode tornar-se num autêntico calvário, porque por estas paragens existe o estranho hábito de estacionar as viaturas por cima dos passeios.
Esta prática quase generalizada em toda a cidade, excepto nalgumas zonas nobres, obriga a que os transeuntes sejam obrigados a disputar as estradas com as viaturas, situação que me deixa incomodado, com medo de ser atropelado.
Além do estacionamento das viaturas nos passeios, há ainda a acrescentar o facto de onde não há carros parados estão lá os vendedores dos mais diversos produtos a ocuparem os espaços.
Este cenário é completado pelos mototaxistas que também entram na disputa pela estrada, o que torna ainda mais perigoso andar pelas ruas de Yaoundé, cidade que, como já referi em escrito anterior, onde quase ninguém liga patavina para as regras do distanciamento social e o uso obrigatório de máscara. A única medida de prevenção que vejo ser respeitada é a da lavagem das mãos.
De resto, a Covid-19 para os yaoundenses é uma doença inventada para dominar o continente africano. O estranho é que com todo este desrespeito pelas medidas de biossegurança, os testes são obrigatórios para quem entra no país.
Eu que vim para cobrir uma competição desportiva sou obrigado a fazê-los a cada dois dias. Mas, dentro do pavilhão não há distanciamento e quando o anfitrião joga é que são elas. O ajuntamento é enorme quer a entrada quer no interior, sob o olhar impávido da Polícia, cujos efectivos também não usam a máscara. Alguns preferem tê-la a vista, mas no bolso da camisa.
As equipas deviam ficar concentradas em bolha, mas partilham o hotel com outros hóspedes. Enfim, só mesmo visto. Contado, dá para duvidar...