Educação
Os exames da nona classe e a fraude
O Gabinete Provincial da Educação em Luanda suspendeu os exames da 9ª classe referentes ao presente ano lectivo, por suspeita de fraude na tramitação dos enunciados. O director provincial da Educação, Narciso Benedito, afirmou que existem “provas evidentes” da distribuição dos enunciados e da chave das provas aos alunos, antes da realização dos exames. A situação é grave em si mesma, não precisa de grandes argumentos que justifiquem a indignação geral. Já sabemos também, porque quase todos passaram por situações parecidas, que a juventude é irreverente e que há sempre formas de contornar a lei, os regulamentos, as regras. Aquele jovem que não é um pouco rebelde está, se calhar, a semear problemas na vida adulta. O que já não será justificável é a incúria ou mesmo a fraude dos responsáveis do sector, daqueles que têm a incumbência - ainda por cima recebem salários para o efeito - de fazer acontecer, de garantir a seriedade dos processos e de educar as novas gerações. No meio de tudo isto, sobram algumas ideias positivas: o Gabinete Provincial da Educação apresentou uma queixa-crime numa esquadra da Polícia Nacional, no distrito da Maianga, em Luanda, a fim de se responsabilizarem os envolvidos na distribuição ilegal dos enunciados. Estaremos atentos às conclusões.