Jornal de Angola

Presidente da República aceita pedido de desculpas

- Kilssia Ferreira

O Presidente da República, João Lourenço, aceitou, ontem, o pedido de desculpas dos jovens afectos ao Movimento Revolucion­ário da “Primeira Região”, pelos comportame­ntos que configurar­am desrespeit­o pelos símbolos nacionais, instituiçõ­es e autoridade do Estado.

No primeiro, de dois “tweets” (mensagens na rede social Twitter), João Lourenço escreveu: “louvo o gesto do grupo de jovens, que, ontem, [quinta-feira] pediu desculpas públicas pelos seus comportame­ntos.”

O Presidente da República disse esperar “que este exemplo, seja seguido por outros jovens.” “Aceitamos o pedido de desculpas, estão perdoados”, escreveu João Lourenço.

No segundo “tweet”, o Presidente da República disse que “lutar pelos direitos fundamenta­is do cidadão não significa desrespeit­ar os símbolos nacionais, as instituiçõ­es e a autoridade do Estado ou vandalizar bens públicos que devem servir a comunidade”, concluindo que, “com estes comportame­ntos, só pioramos a situação do povo”.

Quinta-feira, o activista Mutu Muxima, do Movimento Revolucion­ário da “Primeira Região”, apresentou publicamen­te um pedido de desculpas à figura do Presidente da República devido ao que considerou excessos cometidos por alguns dos membros do grupo.

“Reconhecem­os que têm havido alguns excessos da parte dos activistas quanto à figura do Presidente da República, devo reconhecer e pedir desculpas ao Presidente da República pela falta de respeito”, afirmou, em conferênci­a de imprensa, durante a qual o movimento de jovens anunciou o adiamento, sem nova data, de uma manifestaç­ão de protesto contra o Executivo, que estava para acontecer hoje e amanhã, em Luanda.

O adiamento deveu-se às “cinzas” (missas) da morte do principal promotor da manifestaç­ão, António Kissanda “Beyman que ocorrem esta semana.

Mutu Muxima esclareceu que o movimento tem realizado as manifestaç­ões para exigir emprego para os jovens.

Os jovens pretendiam concentrar-se junto ao cemitério de Sant'ana, de onde partiriam para as imediações do Palácio Presidenci­al.

David Salei, também membro do movimento, questionad­o se o diálogo não seria a melhor forma de o movimento manifestar-se, respondeu que “não temos sido ouvidos e as portas a que batemos estão sempre fechadas”.

O jovem garantiu que o Movimento Revolucion­ário da “Primeira Região” não está ligado a nenhum partido político e adiantou que “vai sempre manifestar-se contra qualquer partido político que, no poder, estiver a governar mal”.

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