Marinha tunisina faz o maior resgate do ano
As autoridades tunisinas anunciaram, ontem, ter resgatado na véspera 267 migrantes que estavam prestes a afundar-se com a embarcação na qual pretendiam chegar à Europa
Um total de 267 migrantes foi resgatado, quinta-feira, pela Guarda Costeira tunisina, no Sul do país, perto da fronteira com a Líbia, o maior resgate feito desde o início do ano.
Segundo a agência de notícias Efe, que cita Mongi Slim, um responsável regional, os migrantes são quase todos homens provenientes do Bangladesh, excepto três, que são egípcios. Entre os migrantes resgatados estão também numerosos menores.
O grupo terá partido na quarta-feira da cidade líbia de Zouara, no Oeste, mas a embarcação acabou por ser avistada pela Marinha tunisina quando se estava a afundar devido a uma avaria no motor.
Os migrantes, prosseguiu Slim, estão saudáveis e foram transferidos para um hotel na ilha tunisina de Djerba, a cerca de 90 quilómetros de onde foram resgatados, para cumprirem o isolamento obrigatório decorrente da pandemia.
Um relatório da Organização Não-governamental (ONG) Fórum Tunisino para os Direitos Económicos e Sociais dá conta de que cerca de 2.800 migrantes — entre os quais 322 menores não acompanhados — conseguiram chegar à costa italiana a partir de Tunes, capital da Tunísia, nos cinco primeiros meses do ano.
Até quinta-feira, pelo menos, 215 pessoas morreram ao tentar fazer esta travessia. As autoridades tunisinas interceptaram até ao final de Maio de 2021 mais de 5.500 candidatos a migração, um aumento de 133 por cento em relação a 2020 e de 500 por cento em relação a 2019.
Números da Organização Internacional para as Migrações (OIM) referem que mais de 14 mil migrantes, 500 dos quais menores, foram interceptados por patrulhas líbias e retornados aos países de origem, que, em muitos casos, não são consideradas nações estáveis e seguras para os requerentes de asilo ou migrantes, como por exemplo a região do Sahel e a África Subsaariana.