Paris defende cimeira entre UE e Moscovo
A França reafirmou, ontem, a necessidade de a União Europeia (UE) “falar ao mais alto nível” com a Rússia, apesar da recusa de vários países membros em regressar ao diálogo.
“A Europa deve falar ao mais alto nível com a Rússia”, declarou o chefe da diplomacia francesa, Jean-yves Le Drian, durante uma conferência de imprensa conjunta com o homólogo norte-americano, Antony Blinken, em Paris. A vontade de Paris - e da Alemanha de relançar o diálogo com a Rússia através de uma cimeira com o Presidente Vladimir Putin foi recebida ontem com a recusa de vários Estados-membros da UE em realizar uma cimeira europeia em Bruxelas.
Os Estados Bálticos, a Polónia, a Suécia e os Países Baixos opuseram-se ao reatamento do diálogo com o líder russo, que acusam de intensificar as acções agressivas contra os países da UE e contra os vizinhos. “Notamos a deriva autoritária deste país que assume diferentes formas (...), a sua deriva da intimidação (...), a sua deriva da ingerência”, observou Jeanyves Le Drian.
“Em cada uma dessas situações, condenamos, aplicamos sanções e temos uma posição de uma certa firmeza. Mas permanece o facto de que é importante falar com a Rússia, sem ingenuidade”, insistiu o ministro dos Negócios Estrangeiros francês.
“É necessário falar abertamente para ter estabilidade estratégica e relacional”, acrescentou Le Drian, sublinhando a importância das questões de controlo de armas, para a segurança na Europa.
“Não há americanos especialistas em diálogo com a Rússia e europeus especialistas em sanções. Todos devem fazer as duas coisas”, disse Le Drian, referindo-se à recente cimeira entre os Presidentes Joe Biden e Vladimir Putin, em Genebra.
As relações entre Bruxelas e Moscovo estão sob tensão desde que a Rússia levou avante o processo de anexação da península da Crimeia, em 2014.