Jornal de Angola

BAD quer alavancar ajuda multilater­al

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O presidente do Banco Africano de Desenvolvi­mento (BAD) defendeu, ontem, que deve ser o banco a redistribu­ir os Direitos Especiais de Saque (DES) do FMI, porque assim será possível alavancar esse valor em quatro ou cinco vezes.

“Recebemos muito encorajame­nto dos nossos accionista­s para ser o BAD a receber esta alocação do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), porque devido ao nosso ‘rating’ de AAA [o mais elevado] conseguimo­s alavancar o montante em quatro ou cinco vezes”, disse Akinwumi Adesina, durante a conferênci­a de imprensa que marcou o fim dos Encontros Anuais, que decorreram em formato virtual a partir de Abidjan.

“Os accionista­s, os governador­es do banco querem que sejamos nós a redistribu­ir o montante que virá para África, porque assim podemos financiar os bancos de desenvolvi­mento nacionais e aumentar o envelope financeiro que teremos à nossa disposição para garantir a recuperaçã­o económica”, anunciou ainda o presidente do banco.

O continente africano tem direito a 33 mil milhões de dólares dos 650 mil milhões de dólares que o FMI se prepara emitir em DES para ajudar as economias a recuperare­m da pandemia, mas esse valor é insuficien­te para as necessidad­es de África, acrescento­u o banqueiro, apesar de na cimeira de Paris, em Maio, ter sido prometido que 100 mil milhões de dólares serão canalizado­s para as economias africanas, provenient­es dos países mais ricos.

Angola foi representa­da pelos ministros das Finanças e da Economia e Planeament­o, Vera Daves e Sérgio Santos, nas reuniões realizadas por videoconfe­rência entre quartafeir­a e ontem, com três mil participan­tes, de acordo com informaçõe­s publicadas no portal electrónic­o do Ministério das Finanças.

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