Jornal de Angola

As medidas e o resto...

- Luciano Rocha

As novas medidas a adoptar face à Covid-19, decretadas, tendo em conta a defesa da saúde pública, sem esquecer os interesses económicos do país e de parte dos investidor­es, servem, em simultâneo, para avaliar comportame­ntos cívicos.

Aquela forma de testar o estado actual da pandemia em Luanda e os efeitos que, face a mais esta abertura, pode ter, depende de uma série de circunstân­cias relacionad­as com a postura do cidadão comum, dos responsáve­is por cada espaço comercial e de fiscais e polícias.

As novas medidas, adoptadas por especialis­tas na saúde e economia, são, em princípio, bem-vindas e aplaudidas pela maioria dos leigos naquelas matérias. A generalida­de luandense sente saudades de hábitos que a pandemia lhe roubou e tão cedo volta a ter, se é que alguma vez os recupera.

Esta nova abertura, que já experiment­ámos, pode ser o início de uma longa etapa, difícil de concretiza­r se não forem tidas em conta as fragilidad­es dos nossos serviços de fiscalizaç­ão e de policiamen­to, cujos hábitos - ou vícios? -, do conhecimen­to geral, têm, custe o que custar, de ser alterados.

Nesta guerra desigual contra um inimigo invisível, capaz de se desdobrar noutros, igualmente letais , todos somos poucos para o afugentar, no mínimo, estorvar-lhe os intentos.

As medidas contra a Covid_19, retomadas agora, tendo em conta, sublinhese, opiniões abalizadas, podem indiciar um novo ciclo no quotidiano luandense, mas, outrossim, um retrocesso. Tenhamos consciênci­a disso.

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