Carlos Veiga faz campanha em Bissau
O antigo Primeiro-ministro de Cabo Verde, Carlos Veiga, está na Guiné-bissau para contactos com a comunidade cabo-verdiana, no âmbito da sua candidatura às presidenciais, enquanto na Praia, aproveitando o aniversário da independência do país, o Presidente Jorge Carlos Fonseca fez aquele que foi o seu discurso de despedida, visto que cumpriu os mandatos previstos na lei.
O antigo Primeiroministro de Cabo Verde e ex-presidente do Movimento para a Democracia (MPD, actualmente no poder) iniciou ontem em Bissau um périplo a vários países africanos, europeus e aos Estados Unidos para contactar com as comunidades cabo-verdianas, que também votam nas presidenciais marcadas para 17 de Outubro de 2021.
José Maria Neves, também ex-primeiro-ministro e expresidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, na oposição), disputa com Carlos Veiga o favoritismo à vitória eleitoral perfilando-se como um dos favoritos a ser o próximo Presidente de Cabo Verde.
Na Cidade da Praia, no início da semana, o ainda Presidente Jorge Carlos Fonseca alertou para ameaças que pairam sobre a democracia em diversas partes do mundo, nomeadamente a actual onda de populismo como a causa principal do fenómeno. No último discurso enquanto Chefe de Estado, na sessão comemorativa do 5 de Julho, Dia da Independência Nacional de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca salientou que “é preciso não perder de vista que o sistema democrático, enquanto melhor sistema que serve o país, precisa ser aperfeiçoado para não ficar vulnerável a essas ameaças”.
Para o Presidente caboverdiano, muito provavelmente a actual onda de populismo “cada vez mais procura insinuar-se entre nós, nomeadamente através da sedução de jovens com responsabilidades políticas, alimenta-se não apenas das naturais limitações dos sistemas democráticos, mas também do seu mau uso.”
No discurso, Jorge Carlos Fonseca salientou que, não obstante os inegáveis avanços que o sistema tem conhecido, dos quais a lei da paridade é exemplo paradigmático, não se pode ignorar as tendências populistas e os riscos a que todos estamos sujeitos, não apenas pelas investidas de alguns dos seus autores, mas, também, devido às conhecidas fragilidades.
“Continuarei, até ao dia da posse do meu sucessor, a tudo fazer para o bem do país e reitero o compromisso de continuar a trabalhar para que Cabo Verde seja uma nação de liberdade, democracia avançada, país justo e desenvolvido”, prometeu.