Rússia recusa prolongar corredor humanitário
A Rússia reiterou, ontem, a recusa em prolongar por um ano o corredor de ajuda humanitária à Síria, no dia em que o Governo sírio criticou o papel da Turquia como mediador no conflito na região.
“A nossa posição é conhecida: sempre respeitamos o Direito Internacional e o Direito Humanitário, que prevêem que a ajuda humanitária seja coordenada com as autoridades legítimas dos países”, disse o enviado especial da Rússia à Síria, Alexander Lavrentiev, em conferência de imprensa.
O enviado especial russo justificava assim a recusa do Kremlin em prolongar por um ano a ajuda humanitária ao Norte da Síria, através da fronteira turca, a única passagem transfronteiriça que continua aberta e cuja permissão termina amanhã.
A licença actual do Conselho de Segurança, que autoriza as Nações Unidas e seus aliados a entregar ajuda humanitária da Turquia à população do último reduto da oposição na Síria, expira no sábado e a Rússia tem repetidamente ameaçado vetar qualquer tentativa de estendê-la.
“A Síria é o único país com operações transfronteiriças, não conhecemos outros exemplos semelhantes no mundo”, explicou Lavrentiev, destacando que a Rússia acredita que “um mecanismo real e funcional deve ser criado com a ajuda dos esforços da comunidade internacional para levar ajuda a todos os cantos da Síria através de Damasco”.
A este respeito, a Rússia, juntamente com os outros mediadores do cessar-fogo Turquia e Irão - defendeu, ontem, numa declaração conjunta adoptada no final da reunião, a necessidade de aumentar a ajuda humanitária “a todos os sírios em todo o país, sem discriminação, politização e pré-condições”.
As declarações do enviado russo surgem na altura em que o Conselho de Segurança da ONU tem prevista, para os próximos dias, a renovação das operações para entregar ajuda humanitária no Norte da Síria, através de Baba alhawa, na fronteira entre a Turquia e a Síria.