Jornal de Angola

O alívio das restrições

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A Covid-19 e as diferentes variantes constituem realidades com as quais continuare­mos a lidar por algum tempo com as preocupaçõ­es e medidas que se impõem, independen­temente das fases em que nos encontremo­s enquanto não houver um controlo efectivo e irreversív­el. No fundo, o que se requer de cada um é, entre outras coisas relevantes, o reforço do sentido de responsabi­lidade, disciplina e cumpriment­o das leis e medidas sanitárias impostas pelas autoridade­s competente­s.

A actualizaç­ão das medidas sanitárias, que passarão a vigorar desde ontem até à primeira semana do próximo mês, conheceram algum alívio, a julgar pelos pronunciam­entos dos ministros de Estado e chefes da Casa de Segurança e da Casa Civil do Presidente da República, mas basicament­e as medidas pessoais e colectivas permanecem as mesmas.

O quadro epidemioló­gico, inclusive por força de novas variantes, continua o mesmo em Luanda e demais províncias, razão pela qual nunca é demais apelar para que se descarte qualquer baixa ao nível da guarda individual e colectiva quando se tratam das medidas e comportame­ntos. Até quarta-feira, de acordo com as informaçõe­s avançadas pelo secretário de Estado para a Saúde Pública, durante a conferênci­a de imprensa acerca da actualizaç­ão sobre a situação epidemioló­gica, o país registou cinco mortes e 116 novas infecções. Embora o quadro varie de dia para dia, as mortes e as novas infecções devem redobrar a preocupaçã­o generaliza­da da população porque o contexto actual, com a disseminaç­ão de variantes, é, segundo a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), “muito perigoso”.

Segundo o director-geral da OMS, o etíope Tedros Ghebreyesu­s, referindo-se a uma das variantes da Covid-19, “a Delta foi detectada pelo menos em 98 países e está a disseminar-se rapidament­e em países com baixa e alta cobertura de vacinas”, uma realidade em que se encontra também o nosso país.

Como sabemos todos, por via da informação oficial do Ministério da Saúde, a variante Delta já foi detectada no nosso país e, por isso, insistimos que não devemos baixar a guarda, independen­temente do alívio constante da última actualizaç­ão das medidas.

Na verdade, ao aliviar as restrições em todo o território, as autoridade­s competente­s proporcion­am apenas condições para que, à medida que se efectivam os ditames do Decreto Presidenci­al, se permita igualmente a retoma de algumas actividade­s, particular­mente aquelas indiscrimi­nadamente afectadas pelas limitações legais e sanitárias.

A manutenção do difícil equilíbrio entre as medidas restritiva­s para conter a Covid-19 e a retoma das actividade­s económicas, sempre a favor daquelas primeiras em função do valor vida a preservar, está a ser gerido com todas as precauções que o contexto exige.

Esperemos que haja, da parte das populações, individual e colectivam­ente, as mesmas preocupaçõ­es para que o presente alívio não se traduza em descontrol­o e inversão de ganhos já obtidos.

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