Sector da Saúde é reforçado com mais de 280 unidades
Secretário de Estado para a Área Hospitalar anunciou o facto durante o I Congresso Internacional de Medicina da Universidade Privada de Angola (UPRA), que tem encerramento previsto para hoje
Mais de 280 infra-estruturas sanitárias, entre hospitais municipais, centros e postos de saúde, vão ser construídas em todo o país, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), anunciou ontem, em Luanda, secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar.
Leonardo Inocêncio ressaltou que a construção, em breve, das referidas unidades clínicas vão dar um grande impulso para a melhoria da assistência nos cuidados primários de saúde.
O secretário de Estado, que falava durante o I Congresso Internacional de Medicina da Universidade Privada de Angola (UPRA), que decorre, desde ontem até esta tarde, sobre o lema “Os Desafios da Saúde Pública”, frisou que é preciso tal investimento, uma vez não se poder falar de saúde hospitalar sem uma abordagem de saúde pública.
O responsável avançou, a título de exemplo, que, recentemente, nos hospitais de Luanda houve aglomerados de pacientes, em consequência das chuvas e do aumento do lixo. Por isso, defendeu a necessidade de se prestar muita atenção às comunidades, para que as unidades de saúde possam ter menos doentes e darem melhores respostas aos casos.
Leonardo Inocêncio salientou que o Executivo tem noção de que a população acorre mais às unidades de nível terciário, por nos postos, centros e hospitais municipais encontrarem muitas dificuldades não só de recursos humanos como, também, nas próprias infra-estruturas.
Por isso, disse que o Ministério da Saúde está a trabalhar no sentido de recrutar mais pessoal qualificado e melhorar a legislação a nível do sector da Saúde, mas, dando prioridade às normas farmacêuticas, por estas terem alguns diplomas pendentes e precisam de ser actualizados, com vista a facilitar os agentes que ali operam.
Leonardo Inocêncio salientou que se deve investir nos serviços primários de saúde, pois, é a chave do sucesso do sector da Saúde em qualquer parte do mundo. “Nesse sentido, felicitamos a UPRA, pela iniciativa em realizar este congresso que elegeu a temática sobre os ‘Desafios da
Saúde Pública’, para os dois dias de discussões.
Municipalização de serviços
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, ao discursar no acto de abertura do Congresso, via zoom, considerou que a actividade promovida pela UPRA dá certa notoriedade internacional e prestígio aos profissionais de saúde, por abordar temas tão abrangentes, entre os quais, a Saúde Pública. Sílvia Lutucuta frisou que a municipalização dos Serviços de Saúde é de suma importância, porque permite a redução significativa de pacientes nas unidades de nível terciário.
Pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Rogério Gaspar, que apresentou o tema “Cooperação Internacional e Solução Concreta em Pandemia - A Base para um Quadro Regulamentar”, considerou que a regulação em saúde existe para garantir o acesso com níveis de qualidade aceitável.
O especialista da OMS, salientou que, em relação a Angola, a referida organização mundial vê com muito agrado as reformas que estão a ser feitas na regulamentação e elogia a sua contribuição no continente sobre a constituição da Agência Africana de Medicamentos.
“A nossa urgência é reforçar a capacidade de produção de medicamentos e de vacinas em países que ainda não têm os instrumentos de financiamento”, disse para avançar que esses investimentos vão ser disponibilizados nos próximos dois anos.
Para Rogério Gaspar, esta ideia é, também, uma janela de oportunidades para se reforçar as medidas de regulação, sendo que “ninguém quer reforçar capacidade de produção em países que não têm condições de regulação com padrões internacionalmente aceitáveis”.
A explicação para essa situação é simples, avançou o representante da organização. “A OMS perderia o controlo da produção de medicamentos nestes países e a prestação de uma saúde com qualidade”, acentuou.