Jornal de Angola

Sector da Saúde é reforçado com mais de 280 unidades

Secretário de Estado para a Área Hospitalar anunciou o facto durante o I Congresso Internacio­nal de Medicina da Universida­de Privada de Angola (UPRA), que tem encerramen­to previsto para hoje

- Alexa Sonhi

Mais de 280 infra-estruturas sanitárias, entre hospitais municipais, centros e postos de saúde, vão ser construída­s em todo o país, no âmbito do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM), anunciou ontem, em Luanda, secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar.

Leonardo Inocêncio ressaltou que a construção, em breve, das referidas unidades clínicas vão dar um grande impulso para a melhoria da assistênci­a nos cuidados primários de saúde.

O secretário de Estado, que falava durante o I Congresso Internacio­nal de Medicina da Universida­de Privada de Angola (UPRA), que decorre, desde ontem até esta tarde, sobre o lema “Os Desafios da Saúde Pública”, frisou que é preciso tal investimen­to, uma vez não se poder falar de saúde hospitalar sem uma abordagem de saúde pública.

O responsáve­l avançou, a título de exemplo, que, recentemen­te, nos hospitais de Luanda houve aglomerado­s de pacientes, em consequênc­ia das chuvas e do aumento do lixo. Por isso, defendeu a necessidad­e de se prestar muita atenção às comunidade­s, para que as unidades de saúde possam ter menos doentes e darem melhores respostas aos casos.

Leonardo Inocêncio salientou que o Executivo tem noção de que a população acorre mais às unidades de nível terciário, por nos postos, centros e hospitais municipais encontrare­m muitas dificuldad­es não só de recursos humanos como, também, nas próprias infra-estruturas.

Por isso, disse que o Ministério da Saúde está a trabalhar no sentido de recrutar mais pessoal qualificad­o e melhorar a legislação a nível do sector da Saúde, mas, dando prioridade às normas farmacêuti­cas, por estas terem alguns diplomas pendentes e precisam de ser actualizad­os, com vista a facilitar os agentes que ali operam.

Leonardo Inocêncio salientou que se deve investir nos serviços primários de saúde, pois, é a chave do sucesso do sector da Saúde em qualquer parte do mundo. “Nesse sentido, felicitamo­s a UPRA, pela iniciativa em realizar este congresso que elegeu a temática sobre os ‘Desafios da

Saúde Pública’, para os dois dias de discussões.

Municipali­zação de serviços

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, ao discursar no acto de abertura do Congresso, via zoom, considerou que a actividade promovida pela UPRA dá certa notoriedad­e internacio­nal e prestígio aos profission­ais de saúde, por abordar temas tão abrangente­s, entre os quais, a Saúde Pública. Sílvia Lutucuta frisou que a municipali­zação dos Serviços de Saúde é de suma importânci­a, porque permite a redução significat­iva de pacientes nas unidades de nível terciário.

Pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), Rogério Gaspar, que apresentou o tema “Cooperação Internacio­nal e Solução Concreta em Pandemia - A Base para um Quadro Regulament­ar”, considerou que a regulação em saúde existe para garantir o acesso com níveis de qualidade aceitável.

O especialis­ta da OMS, salientou que, em relação a Angola, a referida organizaçã­o mundial vê com muito agrado as reformas que estão a ser feitas na regulament­ação e elogia a sua contribuiç­ão no continente sobre a constituiç­ão da Agência Africana de Medicament­os.

“A nossa urgência é reforçar a capacidade de produção de medicament­os e de vacinas em países que ainda não têm os instrument­os de financiame­nto”, disse para avançar que esses investimen­tos vão ser disponibil­izados nos próximos dois anos.

Para Rogério Gaspar, esta ideia é, também, uma janela de oportunida­des para se reforçar as medidas de regulação, sendo que “ninguém quer reforçar capacidade de produção em países que não têm condições de regulação com padrões internacio­nalmente aceitáveis”.

A explicação para essa situação é simples, avançou o representa­nte da organizaçã­o. “A OMS perderia o controlo da produção de medicament­os nestes países e a prestação de uma saúde com qualidade”, acentuou.

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Especialis­tas nacionais aproveitam o Congresso da UPRA para trocar experiênci­as com profission­ais de outras nacionalid­ades

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