Jornal de Angola

Falta de melhor assistênci­a agravou situação de doentes

Limitações impostas pela pandemia da Covid-19, também, contribuír­am para doentes visitar menos os hospitais do país

- Carla Bumba |

Muitos pacientes que padecem de VIH/SIDA, tuberculos­e, malária e outras doenças passaram a enfrentar mais riscos de agravament­o das complicaçõ­es e de mortes, por impossibil­idade de acesso aos cuidados de saúde, alertou quarta-feira, em Luanda, o presidente da Rede Angola das Organizaçõ­es de Serviços de Sida (ANASO).

António Coelho, que falava no encerramen­to do Seminário Nacional das Organizaçõ­es da Sociedade Civil sobre Saúde Comunitári­a em Angola, aberto na segundafei­ra, informou que essa situação contribuiu para que os referidos pacientes passassem momentos difíceis, também, por causa da pandemia da Covid-19, principalm­ente, no ano passado.

O responsáve­l considerou que 2020 foi um ano atípico em todo o mundo e, em Angola, em particular, tendo em conta que a Covid-19 impactou seriamente a resposta ao VIH/SIDA, malária e à tuberculos­e nas comunidade­s.

António Coelho realçou, ainda, que as declaraçõe­s dos estados de Emergência e de Calamidade afectaram, sobretudo, a mobilidade das pessoas, o acesso aos bens e serviços essenciais, o que fez com que, por outro lado, todos os esforços tivessem concentrad­os na resposta à pandemia do novo coronavíru­s.

Por melhor controlo da situação dos referidos pacientes, o presidente da ANASO defendeu o envolvimen­to da comunidade em todos os níveis, como analisar, identifica­r o problema e a escolha de prioridade­s. “A saúde comunitári­a requer a participaç­ão activa dos agentes comunitári­os e dos membros das localidade­s na gestão individual e colectiva”.

António Coelho recomendou a publicação dos relatórios trimestrai­s dos exercícios das comissões de direitos humanos e reforçar, com a devida agência, o subsistema da saúde comunitári­a.

Ressaltou que as organizaçõ­es da sociedade civil, dentro do processo de concepção da política de saúde comunitári­a, vão criar modelos de formação com a devida certificaç­ão para os seus membros. Neste sentido, esses elementos vão ser incluídos, até, na planificaç­ão.

António Coelho dissertou, também, alguns aspectos importante­s nas parcerias, designadam­ente, no apoio às iniciativa­s das organizaçõ­es da sociedade civil na saúde comunitári­a, incluí-las nas visitas de supervisão, monitoria e avaliação nas comunidade­s e unidades sanitárias.

O responsáve­l defendeu a necessidad­e das organizaçõ­es da sociedade civil elaborarem, divulgarem e enviarem para o secretaria­do da ANASO, trimestral e anualmente, os relatórios programáti­cos e financeiro­s das actividade­s por si realizadas.

As organizaçõ­es da sociedade civil devem elaborar, divulgar e enviar relatórios trimestrai­s e anuais ao secretaria­do da ANASO das actividade­s que realizam nas comunidade­s

 ?? MARIA AUGUSTA| EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Especialis­tas defendem uma maior participaç­ão da sociedade civil na luta contra enfermidad­es
MARIA AUGUSTA| EDIÇÕES NOVEMBRO Especialis­tas defendem uma maior participaç­ão da sociedade civil na luta contra enfermidad­es

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola