Estado das artes cénicas é apresentado em livros
O estado das artes cénicas angolanas foi revisto em livros pelo encenador e pesquisador Tony Frampênio, que apresentou, na passada terça-feira, na União dos Escritores Angolanos, em Luanda, os títulos “A Raiva”, “A Grande Questão” e “Teatro na Tarimba”.
Os três livros, todos com enfoque no teatro nacional, trazem várias contribuições do autor, para um maior desenvolvimento desta arte e valorização dos actores angolanos. Os livros “A Raiva” e “A Grande Questão” são baseados em peças de teatro já encenadas há uma década e também disponíveis em DVD, enquanto “Teatro na Tarimba” é a reedição da sua monografia de licenciatura.
A apresentação dos livros esteve a cargo da professora Agnela Barros, para quem o autor é um dos poucos pesquisadores nacionais interessado em sistematizar o teatro em Angola. Tony Frampênio, destacou, “dá assim um contributo para a compreensão dos vários movimentos artísticos do país e da importância da crítica no teatro”.
O dramaturgo Mena Abrantes, considerado pelo autor como o “Pai do teatro em Angola”, assistiu ao acto de lançamento e reconheceu a relevância de obras do género, por serem mais um contributo sobre as artes cénicas nacionais.
O secretário-geral da União dos Escritores Angolanos, David Capelenguela, e o responsável do projecto Catoca, Mário Domingos, empresa que apoiou a publicação dos livros, apoiaram a iniciativa de Tony Frampênio e o incentivaram a continuar.
Tony Frampênio, pseudónimo de Francisco Pedro António, é actor, encenador e investigador, licenciado pelo Instituto Superior de Artes. Há 17 anos no Enigma Teatro onde é encenador, está no Teatro desde 1982. Natural do Cuanza-sul, já esteve nos grupos Twa Futuca, Makotes e Komba Meneck. É, igualmente, o coordenador do Circuito Internacional de Teatro (CIT).
Com o grupo Enigma Teatro venceu o Prémio Nacional de Cultura e Artes, na disciplina de Teatro, em 2014. Ao longo da carreira teve mais de 23 textos adaptados ao teatro, com destaque para “A Grande Questão” (2008), com o qual foi o terceiro classificado do Prémio Cidade de Luanda, e “A Raiva”, com o qual venceu este concurso em 2010.