Concurso de investimento na Sonaref lançado ontem
Os candidatos ao concurso público para investimento na Refinaria do Lobito (Sonaref), lançado ontem, naquela cidade, têm quatro meses para apresentar propostas à Sociedade Nacional de Combustíveis (Sonangol), noticiou a Angop.
Ao apresentar as regras, no acto de lançamento, o director de Estratégia e Gestão de Portfólio da empresa, Hélder Lisboa, lembrou que, para a participação, constam requisitos já anunciados como a capacidade financeira e técnica, bem como o historial da empresa relativamente a investimentos em projectos semelhantes.
Na sua intervenção, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, revelou que a Sonaref, projectada para processar 200 mil barris de petróleo por dia, terá capacidade para prover oito mil postos de trabalho directos e indirectos na fase de construção e outros quatro mil na fase de produção, contribuindo deste modo para a redução da taxa de desemprego.
Recordou que o país importa 80 por cento do combustível e, para inverter este cenário, o Executivo está a trabalhar para a transformação do petróleo bruto, no quadro do Plano de Desenvolvimento Dacional 2018/2022, onde se integra a edificação da Refinaria do Lobito.
“Concorrer para a construção desta refinaria é um desafio que valerá a pena, tendo em conta as possibilidades de sucesso”, assegurou o ministro.
Por sua vez, o governador de Benguela, Luís Nunes, valorizou o facto de o projecto trazer consigo negócios adicionais aos já desenvolvidos na província, e maiores oportunidades de empregos, principalmente para a juventude, apelando o eventual vencedor do concurso a dar primazia à mão-de-obra local, já que permitirá a melhoria das condições de vida das populações.
“A nossa província possui um enorme potencial económico e tem valências que propiciam o desenvolvimento da indústria, do comércio e transportes, e, por isso, temos neste projecto mais um catalisador do progresso, não só para a província, mas para tida a região”, frisou.
As obras de construção da Refinaria do Lobito estão paralisadas desde 2016. Até ao momento, além do estudo de viabilidade económica, foi feita a dragagem da Baía do Lobito, preparação dos terraços, conduta da estrada de cargas pesadas e algumas infra-estruturas de apoio.
Angola, apesar de produtor de petróleo, possui apenas uma refinaria e recorre à importação de combustíveis, estando em construção novas refinarias em Cabinda, Soyo e Lobito, bem como a modernização e optimização da de Luanda. Em 2019, Angola desembolsou 1,7 mil milhões de dólares para importar três milhões de toneladas métricas de combustíveis.