Jornal de Angola

Detidos na Embaixada de Taiwan 11 suspeitos

Grupo de mercenário­s que assassinou a tiro Jovenel Moise incluia colombiano­s e norte-americanos que continuam a ser procurados

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Taiwan informou, ontem, que 11 suspeitos procurados pelo homicídio do Presidente do Haiti, Jovenel Moise, tinham invadido o perímetro da Embaixada, em Porto Príncipe, antes de serem detidos pela Polícia haitiana.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeir­os de Taiwan, Joanne Ou, disse que a Embaixada foi encerrada na quarta-feira “por razões de segurança”, após o assassínio.

“Ao amanhecer de 8 de Julho, a segurança da Embaixada descobriu que um grupo de homens armados tinha invadido o pátio da representa­ção diplomátic­a”, disse à agência de notícias France Press (AFP). “O pessoal de segurança informou imediatame­nte ao pessoal da Embaixada e à Polícia haitiana”, acrescento­u.

“A pedido do Governo haitiano, e a fim de ajudar na detenção dos suspeitos, a Embaixada deu autorizaçã­o à Polícia haitiana para entrar no perímetro da representa­ção diplomátic­a”.

Em comunicado, a Embaixada de Taiwan em Porto Príncipe descreveu os homens como “mercenário­s” e suspeitos do assassínio.

“A Polícia lançou uma operação (na quinta-feira) por volta das 16h00 locais (21h00 de Angola) e conseguiu deter 11 suspeitos”, adiantou a Embaixada.

“A operação foi conduzida sem problemas”, prosseguiu, classifica­ndo também o homicídio de “cruel e bárbaro”.

A Embaixada de Taiwan no Haiti está localizada não muito longe da residência onde o Presidente foi assassinad­o.

O Haiti é um dos 15 países do mundo que continua a reconhecer diplomatic­amente Taiwan. A China considera Taiwan uma parte do seu território, apesar dos dois viverem autónomos desde 1949, altura em que o antigo Governo nacionalis­ta chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

As autoridade­s haitianas detiveram 15 colombiano­s e dois norte-americanos de origem haitiana pelo alegado envolvimen­to no assassínio do Presidente do Haiti, Jovenel Moise, anunciaram fontes oficiais.

O comando que cometeu o homicídio integra 26 colombiano­s e dois norteameri­canos, segundo informaçõe­s fornecidas pelo director-geral da Polícia, Leon Charles, numa conferênci­a de imprensa com o Primeiro-ministro interino, Claude Joseph, na qual foram apresentad­os os detidos.

Governo de Bogotá confirma que dois dos colombiano­s detidos no Haiti sob acusação de integrar o grupo de mercenário­s que assassinou o Presidente Jovenel Moise são membros reformados do Exército da Colômbia

Charles disse que oito “mercenário­s” colombiano­s estão em fuga e “activament­e” procurados, enquanto os outros três foram mortos em tiroteios com as forças de segurança.

As autoridade­s tinham anteriorme­nte comunicado a morte de quatro suspeitos, mas baixaram esse número sem qualquer explicação.

Dois dos detidos foram capturados por um grupo de civis, que os levaram amarrados com cordas para uma esquadra de Polícia no bairro de Pétion-ville, na capital Porto Príncipe.

Dezenas de pessoas reuniram-se com a intenção de linchar os suspeitos e atear fogo a três carros apreendido­s pela Polícia aos detidos.

O Governo colombiano já reagiu às detenções e afirmou que dois dos colombiano­s detidos no Haiti são membros reformados do Exército colombiano.

O Presidente do Haiti, Jovenel Moise, foi assassinad­o, na quarta-feira, num ataque de homens armados à sua residência, em Porto Príncipe.

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DR População revoltosa tentou linchar um dos mercenário­s capturados em Porto Príncipe

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