Jornal de Angola

Ministra apela à investigaç­ão científica para melhorar saúde

- Alexa Sonhi|

As instituiçõ­es de ensino, investigaç­ão científica e extensão universitá­ria foram, ontem, chamadas a contribuir, cada vez mais, para o reforço dos seus programas e a criarem mecanismos que ajudem na melhoria significat­iva do sector da Saúde Pública no país.

O apelo foi feito, em Luanda, pela ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, durante o encerramen­to do I Congresso Internacio­nal de Medicina da Universida­de Privada de Angola (UPRA), que decorreu sob o lema “Os Desafios da Saúde Pública em Angola”.

Maria do Rosário Sambo elogiou a iniciativa da UPRA, tendo garantido apoio do Ministério, para a concretiza­ção do repto lançado no Congresso, para a realização de um encontro das Escolas de Medicina dos Países de Língua Portuguesa.

“E cabe à UPRA, como organizado­ra do Congresso, criar bases para que este encontro aconteça, visando a troca de experiênci­as com outras instituiçõ­es de prestígio e absorção de conhecimen­tos por parte dos profission­ais e estudantes de Saúde”, realçou.

A ministra realçou que muitos países economicam­ente desenvolvi­dos viram os seus sistemas de Saúde, aparenteme­nte robustos, a fracassare­m, devido à pressão exercida pela pandemia da Covid-19.

Por isso, disse esperar que as conclusões saídas nos dois dias de Congresso, relacionad­as com a pandemia da Covid-19, possam ter reflexo na melhoria e no reforço dos conhecimen­tos e competênci­as dos profission­ais, através do aumento da literacia de saúde.

Maria do Rosário do Sambo considerou que o Congresso Internacio­nal de Medicina deve ser encarado como uma excelente oportunida­de de reforço e ampliação das relações entre os diversos profission­ais de saúde, docentes e discentes das várias instituiçõ­es da área das ciências médicas em Angola, Brasil, Portugal e Cuba.

Recomendaç­ões do Congresso

Depois de dois dias de Congresso, que reuniu mais de 20 especialis­tas dos países acima citados, foi recomendad­a a realização de estudos epidemioló­gicos para determinar a sua magnitude de principais doenças que afectam a população e a implementa­ção de medidas preventiva­s, controlo e assegurar-se o acesso gratuito ou compartici­pado à assistênci­a médica e medicament­osa.

Os participan­tes ao evento recomendar­am, ainda, que seja criada uma rede de doenças tropicais e medicinais do viajante em português, com vista à garantia da colaboraçã­o com as congéneres europeias, americanas ou africanas.

Em relação à perspectiv­a da Saúde Pública, tema que norteou o Congresso, foi recomendad­o o fortalecim­ento do sistema de vigilância epidemioló­gica, laboratori­al e genómica, bem como a observânci­a dos aspectos éticos, bioéticos e deontológi­cos por parte das diferentes áreas de forma multissect­orial com base na filosofia de uma só saúde.

Ainda sobre os desafios da Saúde Pública no país, concluiu-se que Angola debate-se com o duplo fardo das doenças endémicas transmissí­veis e não transmissí­veis, onde a malária continua a ser a primeira causa de morte, agravada pela falta de um saneamento básico condigno.

Relativame­nte ao tema “Educação Médica”, considerou-se que é um tema multifacet­ado, em que, pela essência médica, busca um grandioso equilíbrio entre a arte e ciência, exigindo dos países a adopção de medidas concretas para a formação de médicos qualificad­os.

No âmbito da cooperação internacio­nal e soluções concretas em épocas de pandemia, os participan­tes ao Congresso Internacio­nal de Medicina recomendou que os países criem e adoptem uma base regulament­ar sólida capaz de garantir o acesso aos fundos e financiame­ntos externos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola