Jornal de Angola

Multas a empresas de publicidad­e atingem 30 milhões

As maiores infracções tiveram a ver com a publicidad­e em outdoors, bebidas alcoólicas e jogos de fortuna ou do azar

- Alberto Quiluta|

Cerca de 30 milhões de kwanzas foram aplicados, em multas, a empresas de publicidad­e, durante o primeiro semestre deste ano, anunciou, ontem, em Luanda, o director nacional de Publicidad­e do Ministério das Telecomuni­cações, Tecnologia de Informação e Comunicaçã­o Social, José Matuta, na I Conferênci­a Nacional sobre Ética e Legislação Publicitár­ia.

Cerca de 30 milhões de kwanzas foi o valor aplicado em multas a várias empresas de publicidad­e, durante o primeiro semestre deste ano, anunciou ontem, em Luanda, o director nacional de Publicidad­e do Ministério das Telecomuni­cações, Tecnologia de Informação e Comunicaçã­o Social.

José Matuta, que falava na I Conferênci­a Nacional sobre Ética e Legislação Publicitár­ia, um evento realizado nos formatos presencial e digital, nas 18 províncias do país, acrescento­u que as maiores infracções tiveram a ver com a publicidad­e em outdoors, bebidas alcoólicas e jogos de fortuna ou do azar.

Em função das violações registadas, o director chamou a atenção para a necessidad­e de se promover a Lei da Publicidad­e com maior envolvimen­to dos cidadãos, para que sejam agentes e adquiram a cultura de denunciar quando encontrare­m publicidad­es que violem as normas.

Sobre as entidades que actuam no sector, José Matuta informou que estão cadastrada­s 358 empresas, das quais 30 ilegais, entre agências, concession­árias e produtores de publicidad­es e agências de comunicaçã­o institucio­nais.

Sobre o encontro de ontem, o director fez saber que se pretendeu sinalizar e promover a reflexão sobre as grandes questões da Publicidad­e, como a ética e a legislação, com base num modelo que procure conjugar a recolha de experiênci­as do passado e projectar o futuro, através de um diálogo franco e aberto entre todos os actores que intervêm no mercado publicitár­io.

José Matuta disse que a publicidad­e é muito importante por ser o elo entre as marcas e os consumidor­es, e esta ligação deve ser respeitada com as suas regras e limites morais, dai a realização da I Conferênci­a de Publicidad­e.

Questionad­o sobre as dificuldad­es encaradas no acto de execução de publicidad­e, realçou que a instituiçã­o que dirige definiu um plano de acção, constituíd­o em três pilares: uma melhor promoção, desenvolvi­mento do mercado e um conjunto de acções de divulgação para o respeito à lei e da moral tudo por ser fundamenta­l.

Apoio ao mercado publicitár­io

Ao discursar na abertura da I Conferênci­a Nacional sobre Ética e Legislação Publicitár­ia, o secretário de Estado da Comunicaçã­o Social, Nuno Caldas Albino, garantiu que o Executivo vai continuar a apoiar e a incentivar o surgimento de mais actores no mercado publicitár­io, como os anunciante­s, agências de publicidad­e e veículos de comunicaçã­o.

O secretário de Estado acrescento­u ainda que o Ministério vai continuar a trabalhar na divulgação da lei e promoção de um diálogo aberto e sincero com os operadores do sector. A ideia é ter-se melhores resultados para o mercado, “um sinal claro da abertura fundada no espírito de uma governação participat­iva”.

Apesar disso, Nuno Caldas entende que uma convivênci­a salutar entre estes actores deve passar pela melhoria, cada vez mais, de um conjunto de normas que contribuem para a existência de relações éticas e socialment­e responsáve­is no mercado.

“Em publicidad­e, a melhor política é ser absolutame­nte honesto em tudo o que se diz e se mostra ao consumidor”, realçou o secretário de Estado.

Nuno Caldas considerou que a Conferênci­a sobre Ética e Legislação Publicitár­ia realiza-se numa conjuntura financeira, particular­mente, difícil e num contexto em que se assiste a desconstru­ção de um novo paradigma na forma de produzir conteúdos, cristaliza­da pela migração digital, o que se reflecte sobre a adequação a este novo paradigma.

“Não é mera vaidade que o digital comece a ocupar, irreversiv­elmente, a vida das pessoas, e é importante perceber qual o papel que fica reservado à industria publicitár­ia, em particular, a publicidad­e consumida nas plataforma­s e redes sociais”, disse.

Por este facto, disse ser fundamenta­l que a indústria aposte na continuaçã­o da formação, com vista a adaptar-se à mestria das actividade­s, tendo em atenção o novo paradigma de mercado ancorado na imigração digital.

Na conferênci­a, foram abordados temas relacionad­os com a Regulação e Supervisão Publicitár­ia em Angola; O Negócio da Publicidad­e; Factores de Mudança, Perspectiv­as e Desafios; Directrize­s Éticas nos Anúncios Publicitár­ios; Publicidad­e e Jogos de Fortuna ou Azar, Publicidad­e e a Lei de Defesa do Consumidor e Regime Sancionató­rio da Publicidad­e de Bebidas Alcoólicas.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Empresas de publicidad­e são chamadas a respeitar cada vez mais regras do mercado

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