Rwanda envia tropas de combate a Moçambique
A Presidência do Rwanda anunciou oficialmente que vai enviar para Moçambique um contingente de mil efectivos para ajudar a combater a insurgência em Cabo Delgado
O Rwanda anunciou em nota oficial que vai enviar um contingente conjunto de mil efectivos, composto por membros das Forças de Defesa e pessoal da Polícia Nacional para a província moçambicana de Cabo Delgado, devastada pela guerra, noticiou a AFP.
A região Norte de Moçambique tem sido desde 2017 fortemente afectada pela insegurança, com militantes ligados ao Estado Islâmico a lançarem ataques na cidade de Palma, em Março, saqueando edifícios e assassinando residentes enquanto milhares de pessoas fugiram para as florestas circundantes.
Segundo a nota da Presidência rwandesa, as tropas serão destacadas e trabalharão em estreita colaboração com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), bem como com as tropas destacadas pelos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, ele próprio ex-ministro da Defesa, estava relutante em aceitar qualquer ajuda externa, insistindo na soberania do seu país, independente desde 1975.
A Força Conjunta do Rwanda irá trabalhar para a estabilização e ajudar na reforma do sector de Segurança, ao mesmo tempo que apoiará as autoridades moçambicanas na sua luta contra os insurgentes.
Apesar dos esforços, a situação continua altamente preocupante na província de Cabo Delgado, onde cerca de 730 mil pessoas ficaram sem acesso às terras e sem meios de ganhar a vida.
Na segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) reúnem-se, em Bruxelas, para aprovar uma missão de formação militar em Moçambique. Após, em 30 de Junho, os representantes permanentes dos Estados-membros junto da UE terem endossado o conceito de gestão de crise da futura missão de formação militar em Moçambique, os chefes das diplomacias europeias deverão dar agora a aprovação final à missão EUTM Moçambique.
Tratando-se da primeira missão a ser financiada através do novo Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, composto por 5 mil milhões de euros, o objectivo da EUTM Moçambique será, segundo fontes europeias, o de “treinar as companhias de forças especiais moçambicanas” para que “desenvolvam uma reacção de força rápida que permita mudar a situação em Cabo Delgado”.