Jornal de Angola

Cidade do Kilamba precisa de bilião de kwanzas para manter serviços

Administra­dor Murtala Marta diz que o orçamento actual é insuficien­te, por estar estipulado em apenas 300 milhões de kwanzas, numa altura em que a gestão do distrito exige muito mais recursos

- Edivaldo Cristóvão |

A Cidade do Kilamba precisa de um orçamento anual de um bilião e meio de kwanzas, para ter uma gestão mais eficiente e com todos os serviços a funcionar, segundo informou o seu administra­dor distrital.

Murtala Marta, que falava ao Jornal de Angola, em torno das festividad­es do 10º aniversári­o do Kilamba, que se assinala hoje, considerou que o orçamento actual da cidade é insuficien­te para atender as necessidad­es locais.

A última verba que a Administra­ção recebeu foi de cerca de 300 milhões de kwanzas, dos quais 250 milhões serviram para pagar os salários do pessoal e o resto é que foi para a gestão, o que não é suficiente.

Mas, o administra­dor considera ser possível arrecadar os valores pretendido­s, para garantir uma melhor gestão da centralida­de, caso as receitas forem, de facto, alocadas, com o pagamento, pelos moradores de vários serviços disponívei­s e, ainda, são grátis.

“Se os moradores passarem a pagar uma taxa de ocupação anual de dez mil kwanzas do parque de estacionam­ento, que tem 44.000 lugares, podemos ter um valor aproximado de 440 milhões de kwanzas”, realçou o responsáve­l.

O administra­dor disse que o orçamento da centralida­de pode melhorar, igualmente, se o Ministério das Finanças alocar à gestão da cidade o pagamento do Imposto Predial Urbano (IPU), que é da responsabi­lidade da Administra­ção Local do Estado.

Murtala Marta revelou que a Administra­ção arrecadou, desde o início do ano, com os emolumento­s pagos pelos serviços disponívei­s, 25 milhões de kwanzas, um valor também considerad­o insuficien­te para suprir as necessidad­es.

O responsáve­l apontou que os serviços de manutenção da energia elécrtica, água, iluminação pública, poda de árvores, arranjo dos jardins e limpeza da cidade têm orçamentos muito altos.

Principais serviços disponívei­s

Constituíd­a por 1.800 edifícios, 25 mil apartament­os, com cerca de 230 mil habitantes, num rácio de cinco pessoas por cada família, a Cidade do Kilamba, em termos de serviços, tem 24 escolas, 26 creches e mais de 300 unidades comerciais, que comportam restaurant­es, lojas de conveniênc­ia e diversos.

Apesar das dificuldad­es que a Administra­ção enfrenta na gestão do Kilamba, Murtala Marta considera que a radiografi­a que se faz dos dez anos de existência é positiva.

“Temos constrangi­mentos com algumas infra-estruturas, mas a cidade tem crescido significat­ivamente”.

O responsáve­l reconheceu que há, ainda, algumas estruturas que deviam ser postas ao serviço da cidade, desde à altura da sua concepção, como hospital ou postos médicos, mercados, morgue, entre outros, por fazerem falta ao dia-a-dia do cidadão.

Murtala Marta acrescento­u que a empresa gestora dos terrenos infra-estruturad­os tem vendido espaços para empresas que pretendem fazer investimen­tos públicos e privados. Com isso, a região pode estar mais atractiva e perderse a ideia de que “o Kilamba é uma cidade dormitório, até porque já há pessoas que trabalham e vivem nela”.

O administra­dor apontou que a cidade tem ainda Serviços de Identifica­ção, Cartório, Notário, Registo Predial, AGT, serviços de proximidad­e (lojas de conveniênc­ia, restaurant­es, farmácias e consultóri­os médicos privados).

Kilamba além da cidade

Murtala Marta considera que o Kilamba tem se tornado, cada vez mais, numa cidade metrópole em pequena escala. Desde a última Divisão Administra­tiva, em 2016, a região ascendeu à catergoria de distrito, sendo que, neste momento, conta com mais três bairros ou zonas peri urbanas.

Assim, além da sede e do KK5000, estão, também, alocados ao Distrito Urbano do Kilamba, que pertence ao município de Belas, os bairros do Bita Santo António, Bita Progresso e Bita Vila Flor.

Com a junção destes território­s, Murtala Marta considerou que a situação da gestão da Administra­ção começa a ficar apertada, tendo em conta que a melhoria das condições de vida da população dessas zonas carecem de serviços de saneamento básico, hospitias, escolas, energia, água, estradas, entre outros.

“Temos um plano para desenvolve­r estas zonas, do ponto de vista urbanístic­o, porque são zonas virgens, no sentido de evitarmos a desigualda­de social”, destacou o administra­dor do Kilamba.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Cidade do Kilamba é considerad­a o maior projecto habitacion­al construído depois da Independên­cia Nacional

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