“O combate à pobreza tem sido uma das grandes prioridades do Governo angolano”
Quanto as Nações Unidas investem, anualmente, para atender os programas direccionados às populações, particularmente em Angola?
O Fundo das Nações Unidas para a População apoia Angola em programas demográficos a uma média de 900.000 USD por ano.
Como a ONU encara a questão da migração da população, particularmente a angolana?
Pela sua localização geográfica, grandes dimensões, fronteiras permeáveis, bem como pelos seus recursos naturais e economia em desenvolvimento, Angola tem mantido uma tradição histórica de ser um país de origem, trânsito e destino dos fluxos migratórios - de todos os tipos, modos e finalidades. Neste sentido, a ONU em Angola tem vindo a apoiar o país no reforço da cooperação regional nas áreas da resposta humanitária em cumprimento das recomendações dos tratados internacionais e regionais. Uma das principais intervenções estratégicas do Sistema das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável 2020-2022 visa melhorar a gestão e promover soluções para a migração mista sob uma abordagem de direitos humanos e num ambiente de paz e segurança regional, em alinhamento com o quadro jurídico de Angola.
Quê opinião tem sobre os programas de combate à fome e à pobreza, levados a cabo por Angola?
O combate à pobreza tem sido uma das grandes prioridades do Governo angolano, conforme os principais documentos das políticas do país, como a Estratégia Nacional de Redução da Pobreza e a Política Nacional de População. Trata-se de um trabalho que envolve um esforço multissectorial, e no que toca ao sector da Saúde, por exemplo, as estratégias para evitar a gravidez precoce são um bom exemplo, visto que a gravidez na adolescência perpetua o ciclo de pobreza, porque provoca o abandono escolar por parte das meninas, que consequentemente não conseguem acessar a empregos e salários dignos deixando a pobreza, novamente, aos seus filhos e consequentemente às gerações futuras.
Qual a situação actual da população mundial?
Em 1950, cinco anos após a fundação das Nações Unidas, a população mundial foi estimada em cerca de 2,6 biliões de pessoas. Atingiu cinco biliões em 1987 e 6 biliões em 1999. Em Outubro de 2011, a população mundial foi estimada em 7 biliões. Espera-se que a população mundial aumente em 2 biliões de pessoas nos próximos 30 anos, dos 7,7 biliões, actualmente, para 9,7 biliões em 2050, possivelmente chegando a quase 11 biliões em 2100. Esse crescimento dramático foi impulsionado, em grande parte, pelo aumento do número de pessoas que sobrevivem até à idade reprodutiva e foi acompanhado por grandes mudanças nas taxas de fertilidade, aumentando a urbanização e acelerando a migração. Estas tendências terão implicações a longo prazo para as gerações vindouras.
Que factores influenciam este crescimento?
Os factores são as taxas de fecundidade, com o crescimento populacional futuro altamente dependente do caminho que a fecundidade futura tomará, o aumento da longevidade, com ganhos significativos na expectativa de vida alcançados nos últimos anos, e a migração internacional, embora em alguns países e áreas o impacto da migração no tamanho da população é menos significativo.
Quais são as perspectivas de crescimento da população mundial?
O documento World Population
Prospect (Perspectiva da População Mundial ) de 2019 indica que a população mundial continua a crescer, embora num ritmo mais lento do que em qualquer momento desde 1950. Os resultados indicam que a população mundial, provavelmente 95 por cento, ficará entre 8,5 e 8,6 biliões em 2030, entre 9,4 e 10,1 biliões em 2050 e entre 9,4 e 12,7 biliões em 2100. Assim, a incerteza sobre o tamanho da população mundial em 2030 e 2050 é relativamente pequena, mas aumenta rapidamente para as projecções que se estendem até à segunda metade do século.